“…Nesse caminho, nossa reflexão parte do entendimento de que a experiência temporal se dá como parte de processos culturais amplos que permitem, como observa Ricoeur, conectar o tempo cósmico ao tempo humano. É parte da organização temporal humana, seja em nível individual, seja como grupo, coletivo e/ou sociedade, projetar passados, presentes e futuros como algo compreensível e vislumbrável, pelas relações com as tradições, as memórias, prognósticos, aspirações, projetos e outros processos que configuram espaços de experiência, horizontes de expectativas e espessuras do presente nas relações cotidianas (AGAMBEM, 2009;ANTUNES, GOMES, 2018;APPADURAI, 2013;CERTEAU, 1998;HELLER, 2000;KOSELLECK, 2006;LEAL, SACRAMENTO, 2019;RIBEIRO, GOMES, LEAL, 2017;RICOEUR, 2010, entre outros). Porém, é sempre bom lembrar, o encontro com o acaso e com dimensões temporais outras expõem o limite, a pequenez ou mesmo a inutilidade do tempo tornado humano.…”