O objetivo deste artigo é destacar características e atravessamentos dos movimentos LGBTI brasileiros, da Aids, do HIV e de coberturas jornalísticas da síndrome que surgiu publicamente no início dos anos 1980. Resgatamos dimensões históricas e questões atuais como desafiadoras para as ciências, a medicina, governos e militantes com o intuito de refletir sobre disputas que estiveram e estão em curso, principalmente aquelas que se relacionam com a LGBTIfobia e outras opressões sociais. A pesquisa foi realizada por meio de levantamento bibliográfico acerca das políticas do movimento LGBTI, do HIV e da Aids, bem como do uso de resultados de pesquisa anteriormente realizada sobre homofobia e narrativas jornalísticas. Observou-se uma conexão complexa entre as relações engendradas no surgimento da síndrome, próxima aos primeiros passos do movimento LGBTI no Brasil, como a produção ambivalente de visibilidades, assim como a manutenção de preconceitos históricos que ainda reverberam no tecido social.
Resumo Neste artigo, o objetivo é discutir a Aids como acontecimento disruptor, em duas dimensões: sobre as relações sociais e sobre as coberturas jornalísticas que dela têm sido feitas. Deriva dessa condição seu caráter exemplar para a exploração da noção do poder de afetação de certos acontecimentos. As reflexões sobre o poder disruptor - e por isso mesmo emblemático - da Aids como acontecimento que afeta e é afetado pela vida social e pelas coberturas jornalísticas que se dão a partir de algumas investigações sobre o tema que temos desenvolvido já há mais de duas décadas. Quando surgiu como acontecimento problemático, a Aids forçou mobilizações médico-científicas e sociais diversas na tentativa de compreendê-la, movimento que afetou significativamente a cobertura noticiosa sobre a síndrome e os acontecimentos por ela desencadeados.
Resumo Partindo da premissa de que a informação jornalística nos chega sob a forma de narrativas, a proposta do artigo é refletir sobre como a tríplice mimese, proposta por Paul Ricoeur em sua trilogia sobre as relações entre o tempo e a narrativa, é fecunda para a elucidação dos processos de mediação exercidos pelo jornalismo. A partir da tríplice mimese é possível compreender como as mediações jornalísticas, que passam por questões éticas, têm início nas condições mais amplas do entorno social e cultural de inserção dos acontecimentos narrados e somente se completam no momento da leitura-verbal, visual, auditiva ou verbovisual-com a participação efetiva de quem toma conhecimento das narrativas em circulação.
O artigo debruça-se sobre o sexismo na divulgação científica a partirda análise de comentários que receberam maior número de curtidas e respostas –dentre os mais de 15 mil identificados até a data da coleta – em um vídeo docanal Nerdologia sobre sexismo. O exame dos comentários indicapredominância de repercussão negativa sobre a narrativa conduzida por umamulher em ambiente originalmente comandado por apresentadores do sexomasculino. O objetivo do artigo é atribuir sentido às reações dos usuários comoparte do ciclo comunicacional da plataforma YouTube, considerando asmanifestações de curtidas e respostas como aspectos que corroboram comcomentários sexistas que deslegitimam a presença feminina e distorcemargumentos de defesa da equidade de gêneros. A análise sinaliza para os modoscomo mulheres se encontram em posição de vulnerabilidade ao atuarem nadivulgação das ciências, considerando-se os preconceitos, os estereótipos e adesqualificação como componentes de processos socioculturais, econômicos epolíticos que fragilizam a atuação das mulheres em instituições que seposicionam como detentoras de privilégios – como a Ciência. Os estereótiposdesqualificadores são indícios de modos de configuração do fazer e divulgarciência, marcado por clivagens, desigualdades e hierarquizações nas relações degênero, indicando também a necessidade de desenvolvimento de umaconsciência crítica de como o gênero influencia as ciências e os processos decomunicação científica.
A cobertura que a Folha de S.Paulo fez da Parada Gay de São Paulo 2012, em edições entre os dias 9 e 17 de junho, destacou a pesquisa sobre o público total do evento, realizada pelo Instituto Datafolha, empresa do mesmo grupo empresarial que edita o periódico. A mesma estratégia de autorreferir-se tem sido sistemática não somente em relação a outras pesquisas realizadas pelo Datafolha, como também na autopromoção do TV Folha, programa semanal que o jornal veicula na TV Cultura nas noites de domingo, e na divulgação de produtos vendidos com as edições dominicais, a exemplo de livros sobre
A proposta do trabalho é explorar o apelo aos personagens e o crescente uso de imagens amadoras como estratégias do dispositivo televisivo para narrar e autenticar acontecimentos. Pressupomos que essas operações teriam relação com o poder hermenêutico do acontecimento e com sua passibilidade. Tais estratégias são indicadoras de novos modos de se compreender o acontecimento no que se refere a não considerá-lo apenas como o referente a partir do qual as mídias nos dão conta do que ocorre no mundo.
Este proposto tem como objetivo apresentar discussões iniciais que forneçam condições para que as relações entre jornalismo e homofobia sejam melhor apreendidas, tomando como objeto alguns veículos da “mídia de referência” brasileira. Para tal, parte de uma compreensão da organização da vida sexual, com foco naquilo que contribui para as ações e discursos homofóbicos e/ou sobre a homofobia, para em seguida observar o processo jornalístico de construção das realidades. Articulando uma e outra, estão os desafios nos modos de dizer do jornalismo, premido pelos silêncios, ambigüidades e usos lingüísticos tradicionais e contemporâneos que a moral sexual, as questões de gênero e a homofobia e seu combate impõem. Não se propõe, portanto, aqui, a análise específica de algum caso de homofobia que tenha tido cobertura jornalística, mas apenas se indicam alguns elementos que se apresentam como importantes para um estudo que tenha tal temática como objeto de investigação.
Referenciados na interceptação e divulgação de conversa telefônica mantida entre a presidenta Dilma Roussef e o ex-presidente Lula, discutimos neste artigo a performatividade do acontecimento jornalístico, sob a forma dos vazamentos intencionais para os media. Em que medida, segundo proposição de Pierre Nora, modifica-se o estatuto ontológico e teórico do acontecimento, quando este não mais poderia existir sem a presença dos media, torna-se uma das questões centrais aqui discutidas. A aliança entre os media, setores do judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal são ainda considerados vitais para esclarecer as tentativas de deter os transbordamentos de sentidos e os impactos dos vazamentos tornados acontecimentos, o que é parte do que entendemos como performatividades envolvidas em jogos de poder a que está sujeito qualquer acontecimento.
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