A técnica de ERP: investigando a assimetria sujeito-objeto na interface sintaxe-semântica com EEG

Abstract

Resumo: Este trabalho trata da cronologia computacional no processamento de sentenças. Recentes pesquisas com potenciais bioelétricos relacionados a eventos (ERPs), usando frases com papéis temáticos invertidos sob a luz da Teoria da Ilusão Semântica, desafiam o pressuposto de que os processos sintático-semânticos estejam acoplados. Através de dois experimentos (voz ativa e passiva) testamos sentenças com papel temático invertido em três condições. Reestabelecemos uma correspondência direta entre modelos Sintaxe-Primeiro e o processamento de sentenças on-line, relacionando-os com recentes descobertas neurofisiológicas de que há duas vias de processamento, a via ventral, para palavras e itens coordenados e, a dorsal, para estruturas hierárquicas. Encontramos evidências em favor do modelo SintaxePrimeiro. Os potencias N400 e P600 parecem ser modulados pela assimetria sujeito-objeto, refletindo, respectivamente, a concatenação do argumento interno ao verbo e a integração do argumento externo. Palavras-chave:Sintaxe-semântica; Linguística; Neurociência da Linguagem; EEG/ERPs, Metodologia ExperimentalAbstract: This paper is about the computational chronology of sentence processing. Using rolereverse sentences, recent ERPs studies, in light of Semantic Illusion Theory, have challenged the assumption that syntactic-semantic processes are coupled. We ran two ERP experiments (active and passive voice) using event-related brain potentials (ERPs) in role-reversed sentences in three conditions, trying to reestablish a direct correspondence between syntax-first models and on-line sentence processing and relating them to new neurophysiological findings of two processing pathways, a ventral and a dorsal, the first for words and coordinated items and the second for hierarchical structures. We found evidence in favor of a syntax-first account. The N400 and P600 appear to be modulated by the subject-object asymmetry, reflecting, respectively, the merge of the internal argument with the verb and, the integration of the external argument. : http://dx.doi. org/10.15448/1984-7726.2015.3.18411 Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada.

Processamento de interrogativas-QU em Português Brasileiro: evidências de eyetracking e EEG

“…Como observado por Oliveira 2017, os resultados de França & Gomes (2015) e França, Cagy e Infantosi (2017) foram obtidos estudando-se frases declarativas e não interrogativas, como as de Oliveira e Maia (2010), Oliveira (2013) e as de alguns trabalhos reportados na introdução deste artigo. E existe uma diferença crucial entre declarativas e interrogativas: as interrogativas envolvem o deslocamento de um sintagma-QU para uma posição não argumental enquanto as declarativas não.…”

“…Também foi considerado o fato de que recentes trabalhos na área de neurociência da linguagem apresentam tendência que vai de encontro à obtida com testes psicolinguísticos. Isto é, enquanto resultados psicolinguísticos tendem a demonstrar preferência para o processamento do sujeito (HOFMEISTER et al, 2007;MAIA, 2010;KOWN et al, 2010;OLIVEIRA, 2013OLIVEIRA, , 2017 inter alia), resultados de neurociência da linguagem tendem a demonstrar preferência para o objeto (LAGE et al, 2008;GOMES, 2009GOMES, , 2014GOMES, 2015;inter alia.). Procuramos retomar esse tópico na seção 2.1.…”

“…Assim, uma correlação poderia ser feita entre interrogativas-QU de sujeito e tempos menores de leitura, fixação e potenciais elétricos específicos, a depender da técnica utilizada. Tal hipótese tem fundamento na facilidade de processamento do sujeito que tem sido demonstrada por ampla literatura sobre ASO, com sentenças interrogativas e relativas, em estudos de diferentes áreas -aquisição e processamento -, tanto para o português brasileiro e o português europeu (CEREJEIRA, 2009;COSTA et al, 2011;LOBO et al, 2014;MAIA, 2010;OLIVEIRA, 2013;QUAREZEMIN, 2014;ALVES et al, 2015;GOMES, 2015;inter alia. ), quanto para outras línguas (DE VINCENZI, 1991;1996;GIBSON, 1999;2000;GIBSON et al, 2005;GOUVÊA, 2005;FANSELOW et al, 2005;HOFMEISTER et al, 2007;KWON et al, 2010;inter alia).…”