Este artigo objetiva socializar resultado de uma pesquisa sobre como as representações docentes se relacionam com o desenvolvimento das práticas letradas na educação básica. Trata-se de seus reflexos sobre tarefas, ações e atividades que compõem o trabalho docente. Suas bases teóricas são: interação social (VOLOCHÍNOV, 2004; BAKHTIN, 2003), elementos socio-históricos e culturais para o desenvolvimento das pessoas (VIGOTSKY, 1987; BRONCKART, 2006, 2014), o trabalho docente (MACHADO; ABREU-TARDELLI, 2005), Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 2007; PY, 2004; GUARESCHI, 2000), gênero textual (KLEIMAN; CECINEROS; TINOCO, 2013; DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004) e de Letramentos (KLEIMAN, 2007). Relata aspectos de um estudo de caso/ etnográfico, desenvolvido em instituições públicas. Os dados – advindos de entrevistas, questionários, Projeto Político-Pedagógico de cada escola e diário de campo da pesquisadora - foram examinados sob a ótica da Análise do Discurso (ORLANDI, 1996, 2011, 2003; AUTHIER-REVUZ, 1990) e da Semântica Argumentativa (DUCROT, 1987; KOCH, 1996). Revelam que as RS que interferem no agir docente refletindo sobre o trabalho coletivo, o planejamento cotidiano e recai sobre as práticas didáticas desenvolvidas no interior da escola. Tais interferências expressam, concomitantemente, um movimento de manutenção e de mudança sobre as próprias representações e sobre as práticas profissionais. Os docentes vêem-se interpelados pelas injunções e negociações que restringem as próprias ações. Essas restrições manifestam-se nos processos de planejamentos coletivos e individuais e expressam contradições diante dos objetivos enfim, os professores encontram possibilidades para agir na direção de mudanças e/ou transformações marcadas pelos posicionamentos.