Abstract:São Paulo, primeiras décadas do século XX. Era comum, nesse período, estratos da população negra saírem às ruas todo ano para comemorar o 13 de Maio - data da abolição da escravatura no Brasil -, por meio de romarias, missas, conferências cívicas, discursos solenes, festivais artístico-culturais, bailes, música, dança e teatro, embalados, na maior parte das vezes, por um clima de emoção e alegria. Apoiando-se em registros diversos, especialmente jornalísticos, o artigo tem a finalidade de descrever e examinar … Show more
“…Em contraponto, cabe destacar que, com a abolição da escravidão, o sujeito negro brasileiro passou a ser visto como um conceito classificado pela sua cor, curiosamente de uma forma diferente da era escravista, na qual eles eram classificados por intermédio da sua origem ou em decorrência da sua condição jurídica SILVA, 2009). Segundo Domingues (2011), quando os jovens sociólogos analisaram o período pós-abo-lição, perceberam que o preconceito de cor existia e era manifestado cotidianamente, contribuindo para que a ordem escravocrata continuasse latente na sociedade brasileira. Ou seja, os negros caracterizavam um alvo para a discriminação racial e, consequentemente, sofriam desvantagem no que se referia à estrutura socioeconômica do país, considerando a sua relação com os brancos.…”
Section: A Abolição Da Escravidão E O Evidenciamento Da Discriminação...unclassified
“…Esse processo de discriminação racial acaba por limitar as chances de mobilidade na sociedade social (DOMINGUES, 2011), e suas reverberações podem ser percebidas até os dias atuais. Fernandes (2017) tece uma crítica muito interessante a respeito das reverberações do período pós-abolição, ao questionar e (co)responsabilizar a sociedade pelas formas como a população negra ficou submetida no antigo sistema de produção.…”
Section: A Abolição Da Escravidão E O Evidenciamento Da Discriminação...unclassified
O presente artigo apresenta um panorama histórico do violento processo que os povos originários do Brasil e os povos africanos sofreram no Brasil na época da colonização. Portanto, o artigo faz um passeio pela história do Brasil, a partir dos anos de 1500, passando pela escravização dos povos indígenas e transitando pela escravização dos povos africanos submetidos à escravidão pelas elites coloniais da época. Para a realização deste trabalho escolhemos como recurso metodológico a revisão de literatura. Diante do que foi apresentado no decorrer deste trabalho podemos considerar que desde os primórdios da colonização do Brasil as populações minoritárias como os indígenas e os africanos escravizados foram submetidos a diferentes tipos de violência, as quais repercutem até os dias atuais.
“…Em contraponto, cabe destacar que, com a abolição da escravidão, o sujeito negro brasileiro passou a ser visto como um conceito classificado pela sua cor, curiosamente de uma forma diferente da era escravista, na qual eles eram classificados por intermédio da sua origem ou em decorrência da sua condição jurídica SILVA, 2009). Segundo Domingues (2011), quando os jovens sociólogos analisaram o período pós-abo-lição, perceberam que o preconceito de cor existia e era manifestado cotidianamente, contribuindo para que a ordem escravocrata continuasse latente na sociedade brasileira. Ou seja, os negros caracterizavam um alvo para a discriminação racial e, consequentemente, sofriam desvantagem no que se referia à estrutura socioeconômica do país, considerando a sua relação com os brancos.…”
Section: A Abolição Da Escravidão E O Evidenciamento Da Discriminação...unclassified
“…Esse processo de discriminação racial acaba por limitar as chances de mobilidade na sociedade social (DOMINGUES, 2011), e suas reverberações podem ser percebidas até os dias atuais. Fernandes (2017) tece uma crítica muito interessante a respeito das reverberações do período pós-abolição, ao questionar e (co)responsabilizar a sociedade pelas formas como a população negra ficou submetida no antigo sistema de produção.…”
Section: A Abolição Da Escravidão E O Evidenciamento Da Discriminação...unclassified
O presente artigo apresenta um panorama histórico do violento processo que os povos originários do Brasil e os povos africanos sofreram no Brasil na época da colonização. Portanto, o artigo faz um passeio pela história do Brasil, a partir dos anos de 1500, passando pela escravização dos povos indígenas e transitando pela escravização dos povos africanos submetidos à escravidão pelas elites coloniais da época. Para a realização deste trabalho escolhemos como recurso metodológico a revisão de literatura. Diante do que foi apresentado no decorrer deste trabalho podemos considerar que desde os primórdios da colonização do Brasil as populações minoritárias como os indígenas e os africanos escravizados foram submetidos a diferentes tipos de violência, as quais repercutem até os dias atuais.
“…A historiografia das comemorações do 13 maio realizada por Petrônio José Domingues (2011), por exemplo, ressalta sua importância na reflexão crítica das condições de vida dos afrodescendentes, além de ser momento seminal de sua organização política. Já pesquisas como as de Matheus Serva Pereira (2010) O poeta negro Marco Rio Branco, de importante família afrodescendente, lembra que o pároco mandou "apedrejar" um grupo de testemunhas de jeová que viera pregar na cidade, disseminando o medo entre os integrantes de outras expressões religiosas, que, ainda assim, "participaram de cultos paralelos, como os de origem negra ligados aos grupos folclóricos da própria cidade: jongos, congos, moçambiques" (SANTOS, 2008, p. 158 Tal reforma, contudo, se concentra apenas no centro histórico, não conseguindo atingir a capilaridade da religiosidade popular nas grandes extensões de área rural da cidade.…”
Apresenta-se um esboço da história social do jongo no município de São Luiz do Paraitinga, a partir de registros escritos por cronistas, folcloristas e etnomusicólogos, entre os anos de 1916 e 1992. No tempo de cativeiro, o jongo foi espaço de resistência política da comunidade cativa, assim como no pós-abolição serviu como canal de comunicação do cidadão afrodescendente na sociedade republicana nascente. Após a abolição, o jongo contribui para a formação da cultura caipira, incorporando diversas contradições da modernidade. A partir de meados do século XX, o jongo passa por processo de valorização como tradição (“folclorização”), embora tenha inserção controversa no mercado turístico que se prolifera na cidade no mesmo instante em que as rodas de jongo deixam de existir.
“…Após as festividades espontâneas no calor dos dias da Abolição, o 13 de maio passou a ser evocado como festa cívica em 1890, quando foi decretado feriado nacional, e continuou sendo uma efeméride importante mesmo após a revogação do feriado em meio a Era Vargas. Carregando significados polissêmicos, a data abarcaria tanto as festividades populares negras quanto as celebrações oficiais mais conservadoras (DOMINGUES, 2011). Essas últimas remeteriam, nos primeiros anos da República, à união nacional e o congraçamento entre os brasileiros, sendo oficializada como "o dia da fraternidade entre os brasileiros" (MORAES, 2020, p.41).…”
Tido como data-símbolo da população negra no Brasil, o 20 de novembro (Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra) é reivindicado por organizações negras como uma contraposição às tradicionais comemorações do 13 de maio, dia da assinatura da Lei Áurea em 1888. Este artigo discute o conceito de Consciência Negra, considerando-se as reflexões de Biko (1990), Fanon (2008), Mbembe (2014), Souza (1983), Nascimento (2018) e Gonzales (1982). Com base nas categorias propostas por tais autores/as, serão analisadas fontes tais como documentos inaugurais do Movimento Negro Unificado (MNU), manifestos e vídeos das Marchas para Zumbi em finais do século XX. Assim, o artigo discute o processo que se concretiza nas leis 10.639/2003 e 12.519/11, reconhecendo o 20 de novembro como efeméride nacional.
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