Contribuições para uma história social do jongo em São Luiz do Paraitinga (1916-1992) * Contributions for a social history of “jongo” in São Luiz do Paraitinga – Brazil (1916-1992)
Abstract:Apresenta-se um esboço da história social do jongo no município de São Luiz do Paraitinga, a partir de registros escritos por cronistas, folcloristas e etnomusicólogos, entre os anos de 1916 e 1992. No tempo de cativeiro, o jongo foi espaço de resistência política da comunidade cativa, assim como no pós-abolição serviu como canal de comunicação do cidadão afrodescendente na sociedade republicana nascente. Após a abolição, o jongo contribui para a formação da cultura caipira, incorporando diversas contradições … Show more
O mar e a travessia atlântica representam espaços de memória, resistência e construção da identidade afrodescendente nas Américas. A partir de uma pesquisa etnográfica sobre o culto afro-brasileiro do jongo, apresenta-se o imaginário do mar presente na memória oral, em gestos rituais e em cantigas tradicionais. Observa-se que a própria roda de jongo simboliza o mar e a traumática travessia do escravizado. Esse movimento, associado à morte, acompanha a construção de vínculos de solidariedade capazes de forjar uma identidade cultural de resistência política à escravidão. Assim, a roda de jongo celebra o renascimento do escravizado, após cruzar o mar e a morte, e construir o legado africano nas comunidades tradicionais quilombolas. Por fim, o mar assume feições utópicas de retorno ritual à mítica Aruanda, imerso na prosperidade da comunidade afrodescendente e na celebração da viagem da vida.
O mar e a travessia atlântica representam espaços de memória, resistência e construção da identidade afrodescendente nas Américas. A partir de uma pesquisa etnográfica sobre o culto afro-brasileiro do jongo, apresenta-se o imaginário do mar presente na memória oral, em gestos rituais e em cantigas tradicionais. Observa-se que a própria roda de jongo simboliza o mar e a traumática travessia do escravizado. Esse movimento, associado à morte, acompanha a construção de vínculos de solidariedade capazes de forjar uma identidade cultural de resistência política à escravidão. Assim, a roda de jongo celebra o renascimento do escravizado, após cruzar o mar e a morte, e construir o legado africano nas comunidades tradicionais quilombolas. Por fim, o mar assume feições utópicas de retorno ritual à mítica Aruanda, imerso na prosperidade da comunidade afrodescendente e na celebração da viagem da vida.
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