A Produção Científica Sobre as Mulheres Na Ciência Brasileira

Abstract

Este artigo tem como objetivo pesquisar o estado da arte da produção acadêmica sobre as mulheres na ciência brasileira entre 2007 e 2017. Como estratégias de busca, utilizou-se os descritores “mulheres na ciência”, “mulher e ciência”, “mulheres cientistas”, “gênero e ciência”, tendo como fonte o Portal de Periódicos da Capes, o Catálogo de Teses e Dissertações da Capes, a Base Scielo e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Neste estudo, selecionou-se 04 periódicos nacionais, classificados como A1, A2, B1 e B2 no Qualis – Capes e neles foram analisados 24 artigos. Os resultados revelam uma participação inegável das mulheres no campo científico, crescendo nas Ciências Biológicas, na Matemática e na Química. Demonstram uma atuação, mesmo que modesta, na Engenharia e na Física. A equação mulheres X mundo da ciência ainda não é a ideal, mesmo considerando os avanços recentes.
 Palavras-Chave: Mulheres Cientistas. Estado da Arte. Gênero. Ciência Brasileira.

Reflexões sobre gênero, ciência e carreira científica a partir do olhar de docentes de uma universidade federal

“…Nessa perspectiva, restritas ao espaço privado, a educação das mulheres foi, por um longo período, relacionada aos cuidados com a casa, filhas(os) e marido, enquanto os homens tinham livre acesso à participação e à produção do conhecimento (SILVA, 2008;CONCEIÇÃO;TEIXEIRA, 2020). Foi com o movimento feminista da década de 1960, reconhecido como sendo o feminismo da segunda onda, que começou a ser questionado e exposto, a partir do conceito de gênero, "o caráter fundamentalmente social das distinções baseadas no sexo" (SCOTT, 1995, p. 72).…”

“…Dessa forma, faz parte do construto social, a imagem da ciência sendo feita por poucos, sendo esses poucos gênios detentores de todo saber, munidos de uma inteligência incomum e extraordinária, geralmente representados pelo gênero masculino, de jaleco e utilizando diversos Assim, mesmo com os avanços referentes a crítica e a sinalização da participação e das contribuições das mulheres na ciência, as mesmas ainda são invisibilizadas do contexto científico. Os desafios impostos às mulheres ao longo das suas carreiras como cientistas, são formulados pela maneira como a sociedade e ciência são historicamente organizados, restringindo e dificultando ainda suas carreiras (CONCEIÇÃO;TEIXEIRA, 2020). Buscando sinalizar essas problemáticas e denunciar o caráter androcêntrico da ciência, que não compreende as especificidades das mulheres, como, por exemplo, a desigual divisão sexual do trabalho e a vivência da maternidade, que pesquisas como as produzidas pelo movimento Parent in Science 3 , que investiga e sinaliza de que forma a maternidade impacta a carreira das mulheres cientistas, vem ganhando cada vez mais destaque e importância em nosso contexto.…”