A prática dos movimentos de moradia na produção do espaço da cidade de São Paulo: os limites da participação e a (im)possibilidade de emancipação

Abstract

A prática dos movimentos de moradia na Produção do Espaço da cidade de São Paulo: os limites da participação e a (im)possibilidade de emancipação São Paulo 2010Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. E-MAIL: andreluiz1976@uol.com.br, alts1976@hotmail.com . Santos, André Luiz Teixeira dos S237pA prática dos movimentos de moradia na produção do espaço da cidade de São Paulo: os limites da participação e a (im)possibilidade de emancipação / André Luiz Teixeira dos Santos. --São Paulo, 2010. 454 p. : il. Tese (Doutorado -Área de Concentração: Habitat) -FAUUSP. Orientadora: Maria Lúcia Refinetti Martins.1.Movimentos sociais urbanos -São Paulo (SP) 2.Política habitacional 3.Habitação Popular I. DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOSPreciso confessar, nunca dei a mínima importância para os agradecimentos e dedicatórias. Em prova de que o diálogo redimensiona, um amigo um dia ironizou que era esta a parte mais importante de um livro, ao ponto da escolha do livro passar pelo teor dos agradecimentos: eles, em certa medida, revelam que é a pessoa que iremos nos defrontar e dialogar no processo de leitura. E o pior, comecei a sempre ler tudo que passe pela mínima idéia de agradecimento e dedicatória nos livros. Dedico o trabalho a minha família, apoio fundamental, reconhecimento que só é percebido nos momentos mais difíceis da vida. Dedico especialmente a Ana Beatriz. Pois é, logo serei padrinho. E minha mãe, meu pai, sempre. Inicialmente agradeço o apoio institucional do BNDES, no âmbito do Programa de Extensão Universitária. Agradeço aos companheiros que conquistei no percurso profissional. Aos sempre carinhosos amigos de Santo André -Débora, Dânia, Soraya -aos amigos do Incra -Priscila, Sabrina (e Anita) -do BNDES -Vanessa, Leo, Agostinho, Henrique, Marcos, Wanderley -e das assessorias -Leandro, Bia, Taís, Caio, Pedro. O trabalho que aqui se encontra não seria possível sem o apoio da USP. Agradeço a orientadora Malu, pelo profissionalismo, as críticas contundentes, a garantia do rumo correto nos momentos de dúvida e o apoio cotidiano, sem os quais a pesquisa não se viabilizaria. Também não posso deixar de agradecer aos meus orientadores do mestrado, Cecília Loschiavo, e do TFG, Reginaldo Ronconi e Oseki, que compõem a minha formação. Agradeço aos amigos de vários rumos seguidos, a Camila Maleronka, a Márcia Itani, a Márcia Hirata, a Andréa Straccia, o André Lopes. Aos amigos que ficaram em São Paulo, Marcelo, Andrezinha, Andrezona. Aos novos amigos do Rio. Aos amigos do Grão, palco de tantos sonhos e frustrações, que de alguma forma talvez tenham dado em algo: o Paulo, a Fabi, a Valéria Bonfim, Luciana Itikawa. Em destaque, agradeço as amigas Walkíria e Lílian, espelho constante para a vida. Ao Mateus, pelo apoio rotineiro, especialmente nos momentos que parecia mais fácil desistir. Ao Rodrigo, suas longas conversas, que acabam por melhorar um e outro. Aos companheiros dos movimentos de moradia,...

Violências do Estado na produção de territórios, informalidade e redes de proteção

“…A emergência pandêmica deixou ainda mais evidentes o papel e a importância das redes e ação de proteção, defesa e solidariedade das comunidades e territórios. As redes não surgem do nada, elas carregam acúmulos de organização e mobilização anteriores (Santos, 2020) e, geralmente, elas se articulam ou são ampliadas enquanto reação a violências do Estado (Endo e Santos, 2021).…”

“…Há uma movimentação que vai da capilaridade comunitária e local para fora, mas que também vem de fora para o território; escalas e vetores distintos que se cruzam, compõem-se e se reforçam em um movimento transescalar. É nessas distintas posições e no fluxo dessa movimentação (territorialização-desterritoralização) que o poder de ação dos territórios, comunidades e redes se intensifica e transforma (Santos, 2020). Muitas vezes, as iniciativas e campanhas organizadas territorialmente se forjam enquanto ações de defesa e solidariedade contra a violência e violações de direitos cometidas, sobretudo, pelo Estado.…”

“…10 Nesse sentido, o que existe na realidade concreta do mundo social é muita heterogeneidade e diversidade em relação aos territórios, espaços e arranjos de moradia e grupos que os organizam. A realidade heterogênea e complexa das ocupações de moradia no centro de São Paulo, por exemplo, contrapõe-se às tentativas de simplificação e homogeneização que sustentam o processo de criminalização dos movimentos organizados de moradia do centro de São Paulo, que tem operado por meio da criação de dispositivos de equivalência em torno das dinâmicas de apropriação, produção, organização e gestão populares do espaço; negando, justamente, toda a diversidade existente (Santos, Guerreiro, 2020).…”

História, Espaços e Sensibilidades

“…Neste período de intensa urbanização e especulação imobiliária, vemos uma mudança de nomenclatura e de postura. Passa-se da ideia de cheia, como algo "natural" e intermitente, para "inundação", ou seja, a água invadiu a terra que outrora era dela, mas que recebeu nova propriedade após a ocupação das várzeas (SANTOS, 2011).…”

"Como se fosse uma eleição para vereador": dinâmicas participativas e disputas partidárias na cidade de São Paulo

“…9 Há uma signifi cativa produção sobre o movimento de moradia em São Paulo, principalmente sob a forma de teses e dissertações. Dentre as mais recentes, ver Santos (2010), Miagusko (2008), Neuhold (2009), Oliveira (2010), Hirata (2010), Aquino (2008). níveis federal, estadual e municipal , leva as organizações a atuarem em diferentes espaços e a partir de diferentes estratégias, acirrando, assim, as divergências e a competição entre elas.…”