A política de financiamento do BNDES e a burguesia brasileira

Abstract

Agradeço a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) que me concedeu uma bolsa de estudos por 28 meses para a execução desta pesquisa.Aos funcionários e professores do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp.Aos colegas e amigos do grupo de pesquisa Política e classes sociais no capitalismo neoliberal e do Centro de Estudos Marxistas da Unicamp:

Brazilian foreign policy: from the combined to the unbalanced axis (2003/2021)

“…Economically, the purpose was to increase exports and influence. Brazilian multinational companies, known as the "national champions," such as Odebrecht, Vale do Rio Doce, Camargo Correa, Votorantim, JBS, Marfrig, among others, with the support of the Brazilian National Development Bank (BNDES), gained significant ground (Bresser-Pereira 2018;Bugiato 2014).…”

Desembolsos Do Bndes Ao Setor Sucroenergético E Os Processos De Homogeneização Territorial Energético No Estado De São Paulo

“…Reafirmando este posicionamento, observou-se no Brasil uma política externa que primava pela formação do mercado internacional de etanol, a fim de estimular a sua "commoditização" (KLOSS, 2012). Conjuntamente, o governo favorece a consolidação de grandes empresas brasileiras como players mundiais, inclusive com financiamento do BNDES (BUGIATO, 2014). É importante destacar que a estrutura de capital do BNDES é constituída, principalmente, por fontes governamentais, sendo de 84,3% no ano de 2016, 83,5% em 2017, 78,8% em 2018 e 74,4% em 2019 (BNDES, 2020).…”

A FIESP na crise política do impeachment de Dilma Rousseff

“…A crítica dos entrevistados ao banco encontrava respaldo na realidade, uma vez que o BNDES foi um centro de poder da grande burguesia interna durante os governos petistas 185 (BUGIATO, 2016;VAINER;VIEIRA, 2017). Bugiato (2016) Como observamos na citação acima, o conflito principal dentro do BNDES, durante os governos Lula, era entre grande burguesia interna, a burguesia compradora e o capital estrangeiro. Esse conflito refletia a luta pela hegemonia no bloco no poder do período (BERRINGER, 2014;BOITO JR., 2012a, 2018aBUGIATO, 2016).…”

“…Bugiato (2016) Como observamos na citação acima, o conflito principal dentro do BNDES, durante os governos Lula, era entre grande burguesia interna, a burguesia compradora e o capital estrangeiro. Esse conflito refletia a luta pela hegemonia no bloco no poder do período (BERRINGER, 2014;BOITO JR., 2012a, 2018aBUGIATO, 2016). O médio capital interno, apesar de integrar o bloco no poder, não possuía força política suficiente para disputar a hegemonia política dentro desse bloco nem durante o governo Lula nem antes dele.…”

“…Se observarmos o desembolso do BNDES ao longo da história, constataremos que o banco passou por diferentes fasessempre em consonância com os modelos econômicos e 185 Há uma vasta literatura sobre o BNDES, seus desembolsos e o impacto setorial de seus financiamentos. Essa literatura, apesar de muito importante, foge do escopo de nossa investigação, por isso centramo-nos apenas nos trabalhos que abordam o desembolso do banco a partir da perspectiva de classe (BUGIATO, 2016;VAINER;VIEIRA, 2017). políticos de desenvolvimento de cada período -, desde a fase desenvolvimentista, durante o regime militar, passando pelas fases neoliberal, na década de 1990, e neodesenvolvimentista, durante os governos do PT, até o retorno ao neoliberalismo, no período pós-golpe de 2016.…”