Cecília Meireles, renomada escritora brasileira, teceu sua trajetória escrevendo sobre Folclore, Educação e Educação Infantil em colunas de jornais, poemas e crônicas. Essas faces da vida da autora foram e são amplamente estudadas. Uma possibilidade de estudo que encontramos nestas obras, foram escritos de Cecília que se remetem à Ciência, especificamente no livro O Estudante Empírico, publicado em 1974. Sendo assim, este ensaio tem como objetivo traçar uma articulação entre Ciência e Arte a partir do poema Mapa da Anatomia: O Olho, presente no livro citado. As aproximações entre Ciência e Arte feitas a partir do poema convergem para uma compreensão de que ambas produções humanas são históricas e sociais, se configuram como linguagem e tomam a realidade como ponto de partida. Além disso, apesar de suas especificidades, Ciência e Arte podem empregar criatividade, sensibilidade e emoções, bem como a racionalidade e a lógica. Por fim, podemos considerar a potência de ambas as produções na formação de sujeitos que consigam ter uma visão de mundo global, neste caso, tendo a Ciência e a Arte como fios condutores possíveis para essa formação.