A pesquisa em educação ambiental: perspectivas e enfrentamentos

Abstract

Este artigo registra as reflexões que apresentei na mesa redonda Pesquisa em EA nos 10 anos de EPEA, no X EPEA, realizado na Universidade Federal de Sergipe, na cidade de Aracaju, de 01 a 04 de setembro de 2019[1]. A proposta da mesa foi realizar um balanço da educação ambiental e apontar os principais desafios e enfrentamentos da EA no cenário atual. Assim como minha fala, este artigo se organiza em três tempos. Inicio com um balanço da EA na primeira década do século XXI, trazendo dados selecionados de uma pesquisa sobre o estado da arte da produção científica em EA, da qual participei com Carmen Farias/UFRPE e Marcelo Borges/UFSC, publicada em um periódico internacional de EA[2]. Na segunda parte do artigo, me dedico a uma contextualização do clima social que vivíamos no Brasil quando se realizou o X EPEA, e os principais desafios que consideramos naquela conjuntura. Na terceira parte, identifico brevemente o que me parecem os principais enfrentamentos da EA que podem nos fortalecer para a resistência criativa e a resiliência que o atual momento exige.

Práticas sustentáveis no manejo do efluente produzido em Instituição de Educação Superior

“…Portanto, necessita-se de um sistema top-down de gestão com estratégias explícitas e metas tangíveis de práticas sustentáveis (Brandli et al, 2015), associado à responsabilidade individual e iniciativas bottom-up, com a previsão de espaços de participação nas decisões e instâncias de controle social de empreendimentos e de políticas públicas. A participação democrática é fundamental à continuidade e ao aprofundamento de políticas de Estado, como a EA, que costuma ser limitada a atividades esporádicas e projetos isolados, ocupando uma posição marginal em currículos e na gestão das IES (Carvalho, 2020).…”

“…Provavelmente por ainda estarem se adaptando ao novo Campus (e em função de não terem muita familiaridade com o espaço em função da pandemia), a percepção do efluente se mostrou incipiente nesse grupo. Contudo, é importante reiterar que, quanto mais cedo o graduando é exposto a experiências coletivas de responsabilidade socioambiental, maiores as chances de que ocorra engajamento em práticas sustentáveis (Flood et al, 2013;Ibáñez e Muñoz, 2018;Carvalho, 2020).…”

Educação ambiental na rede pública de ensino do oeste do Paraná

“…A inserção da educação ambiental nas escolas, ao longo dos anos, vem compondo importantes discussões (CARVALHO, 2020;FRIZZO;CARVALHO, 2018;LAMO-SA;LOUREIRO, 2011;SOUZA et al, 2020;MACEDO, 2018). Assim, entende-se que as dificuldades para sua inserção no âmbito escolar ainda são muitas, especialmente no caso da transversalidade.…”

“…Assim, entende-se que as dificuldades para sua inserção no âmbito escolar ainda são muitas, especialmente no caso da transversalidade. Para Carvalho (2020), esse conceito consolidou a educação ambiental como uma prática pontual e esporádica, sem continuidade. A ideia reforçada é que por si só a educação ambiental, abordada de forma transversal, não alcança a complexidade necessária nas discussões levantadas, além de hierarquizar as áreas do conhecimento (BARBOSA; OLIVEIRA, 2020).…”

Modelos curriculares de la educación ambiental (EA): un análisis de las publicaciones vehiculadas en la Revista Electrónica del Máster en EA-REMEA

“…No entanto, dessa conformação, algumas questões têm emergido e suscitado debates. Argumenta-se que no modelo transversal, a EA como responsabilidade outorgada a todos, acaba não sendo desenvolvida por ninguém (CARVALHO, 2020). Em outras situações, quando desenvolvida, as abordagens ficam sob a incumbência das cadeiras disciplinares mais próximas às ciências ambientais e ecológicas, em razão do estigma naturalista que induz a uma concepção de maior alinhamento a essas áreas do saber (SEPULCRI; TRISTÃO, 2017).…”