A obesidade é considerada pela OMS uma epidemia global, sendo tema de diversos trabalhos científicos. Sua versão na infância também tem ganhado atenção dos profissionais da saúde, no entanto vemos poucos estudos sobre os fatores emocionais da criança obesa. Nosso estudo propõe-se a pesquisar as dificuldades emocionais da criança obesa por meio da investigação do brincar, levando em consideração aspectos do seu ambiente sociocultural. Participaram do estudo sete crianças escolares obesas, com idades entre 7 e 10 anos, e suas mães ou cuidadoras. Cada criança participou de uma sessão lúdica e de uma entrevista, junto com o adulto responsável. Os resultados indicam que as crianças participantes têm preferências lúdicas comuns às crianças da mesma faixa etária, parecem expressar passividade e pouca espontaneidade, são sedentárias, pouco estimuladas em relação ao brincar e têm vida cultural empobrecida. Observamos que há disponibilidade para um brincar promotor de saúde, e que futuros programas de intervenção poderiam apoiar-se nesta abertura.