A morte de Dona Marisa Letícia: o biográfico e os trabalhos da memória no Jornal Nacional

Abstract

Este artigo analisa a cobertura da internação e da morte de Dona Marisa Letícia no Jornal Nacional entre os dias 24 de janeiro e 4 de fevereiro de 2017. Entendemos que a morte de personalidades públicas é um momento para observar os modos como o jornalismo enquadra a memória coletiva ao narrar a vida a partir da morte. O modo como o telejornal narra a vida dela demonstra sua posição no contexto da crise política por que passa o Brasil, especialmente às acusações direcionadas ao seu marido e a ela, mas também releva certa manutenção no modo de representação midiática dela.

A morte de Dona Marisa Letícia na Revista Veja: reflexões sobre a capa e imagem da reportagem de capa da edição 2350

“…No caso da morte de Dona Marisa, por se tratar do falecimento de uma exprimeira dama do Brasil, os meios de comunicação fizeram amplas coberturas ao fato. O tratamento do falecimento nos veículos de comunicação despertou olhares de diversos pesquisadores, como o de Sacramento, Machado e Negrini (2018). Eles analisaram a cobertura do Jornal Nacional à doença e à morte de Dona Marisa e relacionaram a morte à preservação da memória: "Entendemos que a morte de personalidades públicas é um momento para observar os modos como o jornalismo enquadra a memória coletiva ao narrar a vida a partir da morte" (Sacramento, Machado, Negrini, 2018, p. 127).…”

“…3 , que aconteceu no dia 10 do mesmo mês de publicação da edição em questão. O depoimento que o político, como réu, prestou a Sérgio Moro, em 1 Este artigo faz parte de uma reflexão apresentada no Intercom Sul em 2019(Dias;Negrini, 2019). 2 reportagem, era relacionada a um apartamento triplex no Guarujá, benfeitorias no apartamento, além de serviços de armazenamento e de transporte de acervo de propriedade do político em questão.…”