2021
DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2021.167214
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A Marcha da Família com Deus pela liberdade em São Paulo: direitas, participação política e golpe no Brasil, 1964

Abstract: Este artigo pretende aprofundar estudos sobre a atuação de grupos e lideranças políticas de direita durante a crise política dos primeiros meses de 1964 que culminou no golpe civil-militar e na instauração da ditadura. Para tanto, elegerei como objeto a Marcha da Família com Deus pela Liberdade ocorrida em São Paulo no dia 19 de março de 1964, a primeira das diversas que ocorreram no país naquele ano. Especificamente, a proposta é estudar os discursos mobilizados por grupos de direita organizados, a partir do … Show more

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“…A Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi uma sucessão de eventos do mesmo tipo que ocorreu durante um determinado período do ano 1964, percorreu as principais cidades e capitais brasileiras, como em São Paulo, Belo Horizonte, Maceió, Natal, Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Esses eventos reuniam grupos civis, políticos e religiosos conservadores em prol de uma pauta em defesa da família, da fé, da democracia, da liberdade, da pátria, da moral e da ordem, que julgavam fortemente ameaçadas pelo governo trabalhista de João Goulart (CORDEIRO, 2021;PRESOT, 2004). Presot (2004) realizou um levantamento de 69 marchas ocorridas entre os meses de março e junho de 1964.…”
Section: A "Marcha Para a Família Com Deus Pela Liberdade" Como Prote...unclassified
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“…A Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi uma sucessão de eventos do mesmo tipo que ocorreu durante um determinado período do ano 1964, percorreu as principais cidades e capitais brasileiras, como em São Paulo, Belo Horizonte, Maceió, Natal, Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Esses eventos reuniam grupos civis, políticos e religiosos conservadores em prol de uma pauta em defesa da família, da fé, da democracia, da liberdade, da pátria, da moral e da ordem, que julgavam fortemente ameaçadas pelo governo trabalhista de João Goulart (CORDEIRO, 2021;PRESOT, 2004). Presot (2004) realizou um levantamento de 69 marchas ocorridas entre os meses de março e junho de 1964.…”
Section: A "Marcha Para a Família Com Deus Pela Liberdade" Como Prote...unclassified
“…A presença das mulheres nas Marchas da Família esteve envolta ao simbolismo (e/ou estereótipo acerca) do feminino, isto é, encarnou-se o papel do que, nessa perspectiva, lhe era próprio: da mãe enquanto protetora dos costumes, do lar, da família; aquela pertencente ao privado, mas que se tornou presente no público. A mulher (mãe, religiosa, conservadora) foi transfigurada em símbolo do movimento, verdadeiras representantes do modo de vida, dos valores religiosos e da moral cívica tão almejada para a nação (CORDEIRO, 2021;PRESOT, 2004).…”
Section: A "Marcha Para a Família Com Deus Pela Liberdade" Como Prote...unclassified
“…Durante o mês de março de 1964, em todo o Brasil, diversas associações civis, boa parte delas grupos femininos conservadores cristãos, chamavam a população brasileira para defender a família heteropatriarcal, a pátria, a propriedade privada, a ordem legal, a segurança nacional e a religião consideradas sob ameaça pelo governo trabalhista de João Goulart (1961-1964. A Marcha da Família com Deus pela Liberdade teve início em São Paulo em 19 de março, data em que cristãos comemoram o dia do padroeiro da família, mobilizava imaginários e referências políticas e históricas nacionais sobrepondo-as à narrativa estadunidense da Guerra Fria, costurando o contexto e os símbolos nacionais ao internacional de formas complexas (Cordeiro, 2021;Machado, 2014). Um dos convites para marcharem apelavam para as mulheres cristãs:…”
Section: A Família Da Ditadura Civil-militar Brasileiraunclassified
“…A evocação e a grande visibilidade dada à mulher na realização da marcha concederam ao movimento um sentido redentor e a percepção da necessidade de salvação do lar, da família e da religião, de modo que seus objetivos transcendiam o espaço mundano político (Cordeiro, 2021). Apelar para a figura da mulher como mãe e cristã e não como cidadã (Amorim; Machado, 2014) intensificava a aceitação e popularização da demanda de preservação da nação, já que o imaginário social sobre família, no mundo ocidental cristão, está imbricado à interpretação dessa como eixo de reprodução da comunidade nacional (Stevens, 1999), e também ao estereótipo da mulher como pacificadora, salvadora, purificadora e reprodutora em sua associação com nação (Yuval- Davis, 1997).…”
Section: A Família Da Ditadura Civil-militar Brasileiraunclassified
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