O seguinte estudo traz uma verificação se ativos com elevados indicadores de qualidade, como margem bruta, são negociados com um prêmio sobre os demais. Foram utilizados como métrica de qualidade indicadores financeiros comumente adotados pelo mercado, como margem bruta, margem Ebit, margem Ebitda, ROE, ROA, EV/receita líquida e EV/Ebitda. A pesquisa caracterizou-se como quantitativa, empregando dados contábeis e de mercado de empresas do setor industrial, de janeiro de 1995 a junho de 2018, para a verificação da magnitude dos prêmios de qualidade e seu poder em explicar os retornos dos ativos. Inicialmente, foi conduzida uma análise das sete métricas de qualidade escolhidas, levando-se em consideração a correlação e o número médio de empresas por ano. Adotou-se, em seguida, a metodologia de dois estágios de Fama e MacBeth (1973). Para o primeiro estágio, calculou-se o prêmio aos indicadores de qualidade seguindo o modelo elaborado por Fama e French (1992). Os prêmios de qualidade calculados mostraram-se robustos e estatisticamente significantes a 1% ao longo do período analisado. Em seguida, para verificar se os fatores de risco calculados seriam válidos à estimação do custo do capital próprio, utilizou-se a metodologia de Fama e MacBeth (1973). O trabalho verificou que o fator de qualidade composto pelo indicador financeiro ROE é estatisticamente significativo na estimação do custo do capital próprio quando utilizado com o fator beta de mercado. Verificou-se ainda que o modelo proposto de 2-fatores apresentou poder de explicação (R2 Ajustado) superior ao CAPM – 27% e 43%, respectivamente.