A liberdade como condição das relações de poder em Michel Foucault

Abstract

O presente artigo tem como objetivo apresentar a reflexão sobre a liberdade, a partir das relações de poder em Michel Foucault. Tem como material de análise documentos apresentados no formato de entrevistas, artigos, ou organizados em livros, a exemplo dos cursos do Collège de France, proferidos por Foucault. É nesse disperso material que se encontram as ofertas analíticas sobre a liberdade, neste autor que tanto priorizou as pesquisas sobre as relações de poder. A compreensão da liberdade, na cartografia foucaultiana, mostra-se como possibilidade estratégica de enfrentamento às relações de poder, as quais operam com dispositivos entranhados e móveis em todos os espaços da vida social na sociedade capitalista.

Uma visão das relações de poder professor-alunos através de um artefato de acompanhamento automático para sessões de bate-papos em Ambiente Virtual de Aprendizado

“…Por outro lado, os alunos eram induzidos a dizer alguma coisa, mesmo que suas opiniões ou comentários não tivessem relação alguma com o tema discutido. Na perspectiva do "sujeito foucaultiano" (Sampaio, 2011): o acompanhamento automático de bate-papo "punia" os alunos que deixavam de enviar mensagens, sem que eles percebessem; (3) o artefato incitou os alunos a participarem constantemente da conversa, pelos constantes avisos convidando-os para a aula; (4) apesar das mensagens demonstrarem um caráter positivo, o artefato agiu como um instrumento de vigilância e punição (Foucault, 1999) para os alunos. O artefato, também, mostrou-se eficaz quanto ao seu propósito, mas não foi eficiente para auxiliar o professor ao dar-lhe a onisciência sobre a inatividade de seus alunos.…”

A Estratégia Gestão Autônoma da Medicação e a Inserção da (A)normalidade no Discurso da Cidadania

“…Desta forma, não negamos que as vivências do sujeito frente à vida tenham uma relação subjetiva com ele mesmo, porém, elas só podem se concretizar enquanto experiência na medida em que o que se viveu é passível de ser comunicado e validado e, portanto, passar por delimitações sociais. Portanto, uma vivência não ganharia o status de experiência subjetiva se não fosse, em algum momento, ou em certa medida, passível de ser esbarrada pelas concepções de outrem (Sampaio, 2011).…”

Participação de enfermeiras americanas na profissionalização da enfermagem brasileira: 1942 - 1961

“…Portanto, para existirem relações de poder, há um pré-requisito: a liberdade. O poder só se exerce sobre sujeitos livres, caso contrário, seria obediência, e não relação de poder (Sampaio, 2011).…”