As tecnologias da memória se transformam através do uso de novos programas informáticos, destinados à reconstrução com imagens 3D de locais e artefatos danificados e inclusive extintos. A partir da virada do milênio, a preservação do patrimônio histórico e cultural passa da manipulação de suportes analógicos para o gerenciamento digital, com a administração de arquivos numéricos e bancos de dados. Transmitidas através de telas digitais e absorvidas no espaço virtual como um ato cotidiano, as imagens do passado podem gerar um tipo de percepção similar à conquistada no confronto com o objeto real. A contemplação e a reflexão sobre o conteúdo transcendem a materialidade da obra. Os museus seguem sendo instituições centrais da cultura, espaços depositários de valores culturais, mas competem agora com modelos de representação onde ocorrem conexões virtuais e multissensoriais entre o saber e a sociedade.