Uma História de Violência: adoecimento e morte na classe trabalhadora Se um único fator dominava a vida dos trabalhadores do século XIX, este fator era a 'insegurança'. Eles não sabiam no principio da semana quanto iriam levar para casa na sexta-feira. Eles não sabiam quanto iriam durar no emprego presente, ou se viessem a perdê-lo, quando voltariam a encontrar um novo trabalho e em que condições. Eles não sabiam que acidentes ou doenças iriam afetá-los, e embora soubessem que algum dia no meio da vida-talvez 40 anos para os trabalhadores não especializados, talvez 50 anos para os especializados-iriam se tornar incapazes para o trabalho pleno e adulto, não sabiam o que iria acontecer então entre este momento e a morte. Hobsbawm (1979:231) Ciclos do capitalismo e morbi-mortalidade Miséria, doenças e mortes prematuras não eram desconhecidas antes de Cristo, nem nos 17 séculos seguintes que precederam a Revolução Industrial. As guerras e as epidemias, sobretudo a peste, a varíola e cólera, costumavam deixar atrás de si um rastro largo e profundo de covas e vítimas em todas as classes e camadas sociais. Não eram, também, incomuns os acidentes de trabalho nas escavações de minas, canais e túneis, na construção de pontes e monumentos e na navegação. 1 1 Algumas alusões e descrições de doenças do trabalho foram feitas durante os impérios grego e romano. Entre 1400 e 1700 elas se tornaram mais freqüentes e detalhadas, mas a referência clássica