APRESENTAÇÃOR ecentemente, tem havido uma onda de estudos cujo objetivo é retomar as análises sobre o funcionamento do sistema político da Primeira República brasileira entre 1889 e 1930 (Viscardi, 2001; Castro Gomes e Abreu, 2009;Limongi, 2012; Ricci e Zulini, 2012 e 2014 Massimo e Costa, 2015). Em geral, esses trabalhos revisitam o período com o objetivo de rejeitar as visões excessivamente homogêneas e simplistas sobre ele e mostrar que, ao contrário, a política oligárquica era bem mais complexa e diversificada do que imaginava a literatura tradicional. Fazem isso, sobretudo, enfatizando a importân-cia da dimensão eleitoral, antes interpretada como um mero espetá-culo de fraudes, para a resolução do conflito intraelites. Por meio desses estudos, o sistema político oligárquico se revela como muito mais complexo do que uma simples somatória de clãs familiares lutando entre si, como observou Santos (2013:28). Este artigo segue a intenção renovadora desses trabalhos e, para tanto, pretende analisar o tema da profissionalização política na Primeira República.