A (in)visibilidade do adolescente na atenção primária na percepção do profissional da saúde

Abstract

Objetivo: Identificar a percepção de enfermeiros da Atenção Primária sobre sua atuação no desenvolvimento de ações de saúde para adolescentes. Método: pesquisa qualitativa e descritiva, realizada em 30 Unidades Básicas de Saúde de um município do Sul do Brasil, com enfermeiros, que responderam à entrevista. Realizada análise temática, resultando em três categorias. Resultados: O conhecimento dos enfermeiros acerca das diretrizes nacionais para a atenção integral à saúde do adolescente apresenta-se restrito. Ações visando a promoção da saúde do adolescente são, em geral, preteridas pelos enfermeiros. Conclusão: A dificuldade de aproximação entre enfermeiro e adolescente na Atenção Primária se contrapõe à necessidade de vínculo entre eles. O desenvolvimento de estratégias mais efetivas de promoção à saúde, suscita a premência de capacitação profissional e de condições estruturais, que permitam ao profissional voltar seu olhar para essa população, notoriamente vulnerável.

Cuidado De Enfermagem Na Perspectiva Da Promoção À Saúde Do Adolescente: Revisão De Escopo

“…Apesar dos benefícios do uso das referidas tecnologias (9,10,18,22) , sabe que há ainda dissonância entre a teoria e a efetivação de determinadas ações com os adolescentes. Nesse sentido, uma revisão integrativa sobre as experiências nacionais de atenção integral ao adolescente na Atenção Primária em Saúde (APS) mostrou que os profissionais da APS não têm uma visão atenta às particularidades do adolescente (17) . Tal informação corrobora com os achados dessa revisão, segundo a qual as atividades práticas do enfermeiro não estão realmente voltadas para a promoção da saúde do adolescente (13) , e por vezes são ações pontuais ou de cunho campanhista, não privilegiando o indivíduo em sua integralidade (16) .…”

“…A maioria dos estudos (11; 68,75%) não especificou as temáticas abordadas em ações de promoção à saúde com adolescentes (8,12,14,15,(17)(18)(19)(21)(22)(23)(24) . As temáticas mencionadas/implementadas foram segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, promoção de atividades físicas e corporais, prevenção do uso de álcool, tabaco e demais drogas, detecção precoce de hipertensão arterial sistólica, detecção de agravos à saúde negligenciados, avaliação oftalmológica, avaliação auditiva, avaliação nutricional, avaliação de saúde bucal (21) , atualização do calendário vacinal (20,21) , educação para saúde sexual (9)(10)(11)16) .…”

“…As ações de promoção à saúde foram predominantemente (10; 62,5%) pontuadas com a perspectiva da natureza multidimensional das pessoas (8,12,14,15,(17)(18)(19)(21)(22)(23) , enquanto que quatro enfocaram a saúde sexual (9)(10)(11)16) , um abordou a vacinação contra o HPV (20) e um trouxe a inexistência de atividades programadas com e para os adolescentes, sendo operacionalizadas de forma imprevista e irregular, constituindo em demanda espontânea (13) . Dois estudos (13,16) não incentivaram o papel ativo do indivíduo na gestão dos seus comportamentos de saúde, abordando ações em campanhas e sem a participação ativa dos adolescentes.…”