“…O mesmo ocorreu com a violência policial: só a polícia de São Paulo saiu de 300 mortes em 1981 para mais de 1.000 mil mortes em 1990(NUNES, 2018).Barreto et al (2018), a aproximação de seu objeto com as questões de Estado e as políticas públicas são uma característica dos dois campos de estudos nas ciências sociais (e o mesmo poderia ser dito sobre o campo de estudos sobre movimentos sociais, que vivenciou a multiplicação de pesquisas sobre participação social junto ao Estado, em conselhos de participação setorial). Neste momento, o que melhor foi produzido conecta o profundo acúmulo destes subcampos de estudos e a aplicação do conceito de racismo institucional(SILVÉRIO, 2005) para falar das instituições de segurança pública, em especial, a polícia(SINHORETTO et al, 2014;SCHLITTLER, 2017;MORAIS, 2018;SINHORETTO, 2019;SIMÕES, 2018).Esta visão tem contribuído para ajustar o debate sobre a democratização das polícias e a questão racial no Brasil, bem como para fundamentar debates sobre políticas públicas e trazer as instituições policiais ao debate público e ver suas práticas sob o escrutínio da sociedade. Ancorada em marcos constitucionais do Estado democrático de direito, é fortemente apropriada pelos movimentos sociais negros, pois responde aos anseios imediatos dos protestos contra a violência policial e a sua agenda de demandas por políticas públicas de promoção da igualdade racial e de combate ao racismo.No campo das relações raciais e violência, encontramos pesquisas sobre segurança pública e violência que abordam a situação da vitimização da população negra(REIS, 2005;AMPARO-ALVES, 2011;VARGAS, 2010).…”