A química pode ser compreendida por meio de três níveis representacionais: macro, submicro e o simbólico, sendo que a relação entre eles precisa ser adequadamente estabelecida. Visando investigar esses aspectos, essa pesquisa teve como objetivo compreender os níveis representacionais acessados pelos alunos, suas dificuldades e o papel da estratégia metavisual durante a elaboração de modelos explicativos acerca de interações intermoleculares. Para isso, participaram 3 graduandos de uma universidade pública brasileira, durante a disciplina de Práticas de Ensino de Química II. Todo o processo foi documentado com base em gravações audiovisuais, contemplando a técnica “think aloud”, em que os alunos analisados criaram desenhos propondo modelos explicativos para misturas, considerando-se as interações intermoleculares presentes. Posteriormente, foram feitas as transcrições e a partir delas, algumas categorizações. Os resultados indicaram que os alunos conseguiram fazer transições entre os níveis, sendo mais preponderantes as transições referentes ao submicro, mesmo sendo o de maior abstração. Utilizaram o macro de forma reflexiva, possibilitando transições com o submicro para validação de modelos, enquanto para o simbólico foram apresentados entraves relacionados às representações. Com relação à atividade metavisual, inferiu-se que contribuiu de forma satisfatória no entendimento dos níveis representacionais, uma vez que possibilitou um intenso exercício metacognitivo de construção e reconstrução de conceitos científicos. Finalizando, neste trabalho foi proposto um novo modelo de categorização para os níveis representacionais, considerando-se tanto o acesso como a transição nos níveis representacionais.