A identidade internacional do Brasil: uma síntese da literatura

Abstract

ResumoO presente artigo faz uma síntese da literatura sobre o tema da identidade internacional, bem como de suas aplicações ao caso brasileiro. Para tanto, resume os debates sobre identidade nacional e internacional, detalhando as especificidades teóricas, disciplinares e analíticas de cada um, para assim chegar a uma síntese conceitual. O esquema analítico resultante é então aplicado às interpretações da identidade internacional brasileira, repartidas em cinco "dimensões": socioeconômica, política, étnico-cultural, continental e de valores. Tal categorização ambiciona reunir narrativas prevalentes na caracterização do país e também provê um framework parcimonioso que futuras pesquisas poderão empregar e aperfeiçoar. Palavras-chave: Identidade, Identidade Internacional do Brasil, Análise do Discurso, Construtivismo AbstractThis study performs a synthesis of the literature on the topic of international identity, as well as of its usage in the Brazilian case. In order to do so, we summarize discussions on national and international identity, detailing theoretical, disciplinary and analytical specificities of both concepts, so as to arrive at a conceptual synthesis. The resulting analytic frame is then applied to interpretations of Brazil's international identity grouped in five "dimensions": socioeconomic, political, ethnic-cultural, continental, and values. This categorization aims to gather the prevailing narratives used to characterize the country and to provide a parsimonious framework that future researches can employ and enhance.

Pentecostalismo e o choque de civilizações: o Brasil e a identidade judaico-cristã

“…Nesse sentido, as identidades dos dois países fundem-se na construção de uma Nesse contexto, cabe destacar também a profunda difusão de interpretações acerca da identidade internacional brasileira. Efetivamente, as identidades são sempre elaboradas de forma interdiscursiva: elas nascem, morrem e se atualizam a partir da prática dos atores envolvidos (MESQUITA, 2016). Essa chave nos permite superar o modo de pensar substancialista (BOURDIEU, 1996) que determina uma essência cultural ao país.…”

“…o que é o Brasil? ", pergunta já respondida de inúmeras maneiras: "país latino-americano", "país de terceiro mundo", "civilização sui generis", "potência emergente", dentre outros (MESQUITA, 2016).…”

Diplomats, Quo Vadis? The determinants of Brazilian diplomatic presence

“…The choice between alignment with the wealthy West versus the Global South and its counter-hegemonic tendencies is an ongoing process (Rodrigues et itself (Mesquita 2016;Saraiva 2010). Thus, external forces interact with domestic factors in determining Brazil's diplomatic presence abroad, which makes it necessary to pay closer attention to its internal institutions.…”

Identidade Em Crise: Uma Análise Sobre a Construção De Um Inimigo Interno Da Identidade Nacional Brasileira

“…Vieira mostra como a política externa foi de um extremo a outro, apresentando o Brasil ora como uma nação de valores ocidentais, securitizando uma identidade nacional brasileira branca em detrimento da diversidade étnica, ora como uma nação plural onde a diversidade se torna uma marca de prestígio transformando o Brasil em uma ponte entre dois mundos (Vieira, 2017). Indiferente da ordem simbólica, ambas narrativas buscavam alcançar uma estabilidade da identidade nacional, uma ideia de Brasil potência que jamais foi alcançada fazendo com que esses discursos produzidos pela segurança ontológica para a estabilização de uma narrativa que preencha o sentido de agência brasileira são sempre produzidas em um tempo futuro, como mostrarei mais adiante com a ajuda de Rafael Mesquita (2016), sendo portanto necessário desenvolver a segurança ontológica através de outra abordagem para preencher essa lacuna identitária de estabilidade no tempo presente.…”

“…Para isso utilizarei obras pós-coloniais e de análise de política externa brasileira para relacionar o processo de colonização brasileiro e as projeções da política externa com o objetivo de estabelecer um conceito de nacionalidade que sirva de referência para essa identidade brasileira. Primeiro dissertarei sobre a inserção do Brasil no contexto colonial da América Latina com as obras de Walter D. Mignolo (2005) e Tavolaro (2009), depois analisarei os aspectos singulares da colonização portuguesa e seus efeitos sobre a identidade brasileira com o apoio de Boaventura Souza , em seguida farei uma análise sobre o mito da democracia racial e a ideia de miscigenação e branqueamento da cultura brasileira com o apoio de Maria Aparecida Silva Bento (2002), e por último analisarei alguns dos aspectos dominantes nas projeções da política externa brasileira que se propõem a produzir uma identidade nacional futura com o apoio da literatura de Rafael Mesquita (2016).…”