DOI: 10.11606/d.2.2008.tde-26112008-073857
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A identidade do preso e as leis do cárcere

Abstract: Durante todos esses anos, o homem observa o porteiro quase sem interrupção. Esquece os outros porteiros e este primeiro parece-lhe o único obstáculo para a entrada na lei. Nos primeiros anos, amaldiçoa em voz alta o acaso infeliz; mais tarde, quando envelhece, apenas resmunga consigo mesmo. Torna-se infantil, e uma vez que, por estudar o porteiro anos a fio, ficou conhecendo até as pulgas da sua gola de pele, pede a estas que o ajudem a fazê-lo mudar de opinião". (Kafka, Diante da Lei) "Quem pode ser libertado… Show more

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“…As prisões passaram a ser reguladas e administradas pelos próprios detentos. São eles que ditam as regras e normas vigentes nesses espaços ao passo que a administração prisional realiza suas práticas de ordem e administração do local mediante delicados acordos de paz entre a população carcerária e administração prisional (Darke e Karam, 2014;Alvarez, Salla e Dias, 2013;Braga, 2008;Batista, 2009). A situação prisional brasileira foge às teorias determinadas por Foucault (2006) ou Goffman (2015), a prisão não se torna um local de destruição do "eu" ou de disciplinamento dos corpos, de modo que o sujeito volte a ser apto ao convívio na sociedade.…”
Section: Sistema Punitivo No Brasilunclassified
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“…As prisões passaram a ser reguladas e administradas pelos próprios detentos. São eles que ditam as regras e normas vigentes nesses espaços ao passo que a administração prisional realiza suas práticas de ordem e administração do local mediante delicados acordos de paz entre a população carcerária e administração prisional (Darke e Karam, 2014;Alvarez, Salla e Dias, 2013;Braga, 2008;Batista, 2009). A situação prisional brasileira foge às teorias determinadas por Foucault (2006) ou Goffman (2015), a prisão não se torna um local de destruição do "eu" ou de disciplinamento dos corpos, de modo que o sujeito volte a ser apto ao convívio na sociedade.…”
Section: Sistema Punitivo No Brasilunclassified
“…No sistema tradicional o exercício do controle não é eficaz. O pequeno contingente de agentes penitenciários existentes de um lado e uma política prisional voltada muito mais à punição do que a ressocialização são fatores que, entre outros, não proporcionam a reintegração dos sujeitos (Braga, 2008;Alvarez, Salla e Dias, 2013).…”
Section: Apac E As Relações Com a Comunidade Externaunclassified
“…Pode-se dizer que tais agrupamentos constituem uma das formas de ajustamento secundário perturbador, descrito por Goffman 21 , colocando-se como uma forma de resistir à institucionalização. Braga (2008) alerta que, apesar de, à primeira vista, aparentarem consubstanciar uma forma de resistência conjunta, as facções criminosas não servem para promover a liberdade do indivíduo. Como já foi pontuado anteriormente, entende-se problemática a definição de tais 21 Para o autor (2019, p. 54) "Nas instituições totais há também um sistema que pode ser denominado de ajustamentos secundários, práticas que não desafiam diretamente a equipe dirigente, mas permitem que os internados consigam satisfações proibidas.…”
Section: Na Busca Dounclassified
“…Entre alguns autores que também apresentam constatações sobre regras e condutas que balizam a experiência de prisioneiros estão:Ramalho (1979),Sá (1996),Dias (2005aDias ( e 2005b,Bicca (2005),Biondi (2006aBiondi ( e 2006b eBraga (2008).23 Quando ocorre, quase sempre funciona como sinônimo de um agir a partir de uma recomendação, não simplesmente como um agir. Vejamos um exemplo.…”
unclassified