O presente artigo resulta da minha pesquisa de Mestrado, ainda em processo de realização, na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Meu objetivo consiste em dar visibilidade, de maneira preliminar e parcial, visto que a pesquisa está em andamento, à produção cotidiana de um habitus precário – que se manifesta em disposições sociais para pensar, sentir e agir precarizadas diante da sociedade e da escola capitalista – de um grupo definido de crianças e adolescentes do lixão de Jardim Gramacho. Parto do pressuposto que as desigualdades escolares estão relacionadas com a estrutura das relações de classe, com defendia Pierre Bourdieu. Tais desigualdades são acentuadas pelo capitalismo periférico brasileiro, dando origem a uma “ralé estrutural”, conforme defendido por Jessé Souza, cujo habitus específico não atende às demandas da rotina escolar.