2022
DOI: 10.1590/1980-6248-2019-0083
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A formação dos(as) trabalhadores(as) da saúde na construção de um acesso à saúde integral, equânime e universal à população trans

Abstract: Resumo Identifica-se uma carência na produção científica sobre a formação dos(as) trabalhadores(as)da saúde para atuar com pessoas transgênero, transexuais e travestis, população que enfrenta barreiras como discriminação, desrespeito ao nome social e dependência ao diagnóstico de transexualismo para acessar o Sistema Único de Saúde (SUS). Este artigo, a partir da categoria enação de Francisco, Varela, analisa 25 entrevistas gravadas em áudio, produzidas por duas pesquisas qualitativas, e conclui que somente pr… Show more

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“…Contudo, quando afirmamos um processo de trabalho que afirme a diferença, abrir-se ao malestar exige acessar tecnologias e técnicas de si para transfigurar um êthos, um reposicionamento que transforma tal perspectiva ética em uma estética para o trabalho em saúde, solicitando também a produção de uma nova matéria subjetiva dos trabalhadores (Rocon, 2021). Em termos deleuzianos, trata-se de considerar a subjetividade como dobras do fora, da verdade, do saber e das relações de poder, bem como campo de resistência (Deleuze, 2019).…”
Section: Movimentos Etopoéticos Com O Trabalho Em Saúdeunclassified
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“…Contudo, quando afirmamos um processo de trabalho que afirme a diferença, abrir-se ao malestar exige acessar tecnologias e técnicas de si para transfigurar um êthos, um reposicionamento que transforma tal perspectiva ética em uma estética para o trabalho em saúde, solicitando também a produção de uma nova matéria subjetiva dos trabalhadores (Rocon, 2021). Em termos deleuzianos, trata-se de considerar a subjetividade como dobras do fora, da verdade, do saber e das relações de poder, bem como campo de resistência (Deleuze, 2019).…”
Section: Movimentos Etopoéticos Com O Trabalho Em Saúdeunclassified
“…O lugar de quem trabalha com a saúde coletiva, assim, é atravessado pela produção de discursos, relações e narrativas no encontro com os atores do cotidiano da saúde -os usuários (Rocon, 2021). Disso, emerge uma realidade na qual, quando não situada em serviços de média e alta complexidade, parece haver uma compreensão de baixa produtividade em relação ao processo de trabalho e, em resposta, os trabalhadores vivenciam estratégias de controle para aumento de tal produtividade a partir da mensuração de procedimentos operacionais padronizados, protocolos, fluxos, linhas de cuidado com a solicitação de planilhas ou relatórios em que constam os procedimentos realizados.…”
Section: Introductionunclassified
“…Segundo Butler (2018, p. 61), o diagnóstico solapa um direito social de acesso à saúde, ao requerer "que as pessoas trans assumam uma condição patológica a fim de estarem aptas a receber apoio financeiro para sua transição e obter reconhecimento legal como trans ou qualquer gênero desejado". Rocon (2021) analisa que, nas práticas em saúde, trabalhadores(as) aplicam em seus cotidianos do processo de trabalho normas para gêneros e sexualidades que compõem suas matérias subjetivas, produções corporais e experiências nas práticas sexuais. Kastrup (2014) afirma a formação de trabalhadores(as) da saúde como produtora de práticas castradoras e formatadoras de modos de existência segundo manuais diagnósticos e uma ideia de "evidência científica", transmitida como aplicável sobre os corpos-pacientes sob a ótica de especialismos 3 que amolam facas.…”
Section: Artigounclassified
“…Recusar um mandato social para amolar facas, portanto, implica gerir o mal-estar que o outramento produz, sustentar os desafios que demandam a defesa de uma vida (ROCON, 2021). Nessa direção, vislumbra-se o exercício incansável de modalidades de fazer que fortaleçam autonomia em busca da produção do comum, uma vez que, muitas vezes, os saberes hegemônicos e as práticas dominantes na área da saúde sejam pautados por certezas inquestionáveis (HERBERT; GOMES, 2008).…”
Section: Por Uma Prática De Saúde Que Ceguem Facasunclassified
“…Estudos denotam que a sociedade brasileira atribui um sentido inferiorizante às identidades trans, resultando na invisibilidade, na promoção da criminalização e na vulnerabilização dessa população (Benevides, 2022). Além disso, a qualidade e o acesso aos serviços de saúde ainda constituem grandes desafios, incluindo a falta de capacitação profissional e de serviços especializados voltados a essa população Barros;Rodrigues, 2022).…”
Section: Introductionunclassified