A formação dos agentes de combate às endemias no contexto da dengue: análise documental das políticas de saúde

Abstract

A dengue é uma arbovirose de grande impacto na saúde pública. Fundamentando-se na importância dos agentes de combate às endemias (ACE) para prevenção e controle da doença, este artigo objetiva analisar a temática da formação dos ACE nas políticas públicas com base em pesquisa qualitativa, documental e descritiva de fontes primárias dos acervos eletrônicos do Ministério da Saúde e Ministério da Educação, disponibilizados até fevereiro de 2016. No total, 14 documentos foram analisados conforme análise de conteúdo. Os resultados indicam escassez de publicações sobre as políticas de formação profissional no contexto da dengue. Embora exista uma política incipiente visando à formação dos ACE, ainda não há regulamentação do seu trabalho técnico. É necessário discutir e aprofundar quem é esse trabalhador e os motivos pelos quais a regulamentação da formação não consta nas pautas das políticas de controle da dengue e seus vetores.

Endemic Disease Control Agents’ perception on the fight against Aedes aegypti and the prevention of arbovirus infections in Brazil

“…Although there are actions aimed at personal protection and mosquito control in Brazil, factors such as the lack of knowledge of the population about the actions of ACE, unpreparedness for professional practice, and precarious working conditions, e.g., infrastructure, run counter to the importance of the role played by these health environment professionals. These factors influence the recurrence of epidemics and the emergence of new arboviruses [5,22].…”

“…The fight against the emergence and re-emergence of arboviruses demands multiple intersectoral interventions and policies, and the involvement of society as being accountable for its health. Brazil must prioritize policies that invest in the availability of resources, qualification of surveillance actions, control and eradication of vectors, and restructuring of the health system, especially with regard to decisions that directly impact the population [22].…”

Atuação dos profissionais de saúde da Atenção Básica na prevenção da dengue: dificuldades no combate ao vetor

“…Para tanto, estudos apontam que os principais agentes responsáveis pelas ações de prevenção da dengue in loco são os ACE e os ACS, que desempenham as funções de visitar diversos domicílios, estabelecimentos comerciais e terrenos, a fim de identificar e eliminar possíveis focos do mosquito Aedes Aegypti, bem como atuam na orientação e conscientização da população acerca dos cuidados necessários para a prevenção da dengue e, também, a buscarem os serviços de saúde adequados quando apresentarem sintomas da doença (Cavalli et al, 2019;Evangelista et al, 2017;Chaves, et al, 2017).…”

“…As ações educativas, em geral, englobam palestras e distribuição de panfletos, havendo, algumas vezes, a utilização das redes sociais como um meio de transmitir o conhecimento (Oliveira et al, 2016). Essas ações educativas são fundamentais pois a participação da população é essencial para o controle do vetor, não somente para evitar o adoecimento, mas pela colaboração efetiva e responsável nas ações de prevenção (Dias et al, 2022) Outrossim, tanto os ACEs, quanto os ACSs realizam visitas domiciliares a fim de observar se há focos de criadouros do mosquito nas residências, como uma medida de prevenção da doença (Evangelista et al, 2017).…”

Estado nutricional e fatores determinantes de (in) segurança alimentar e nutricional de Agentes de Combate a Endemias do município de Chapecó, SC

“…No exercício de suas funções, esse trabalhador executa vistoria de residências, criadouros de vetores, terrenos baldios e estabelecimentos comerciais em busca de focos de endemias e realiza a inspeção em depósitos de água, bem como aplica produtos químicos sintéticos para o controle de vetores (Kuczmainski, 2016). Ainda, exerce atividades de educação e promoção em saúde (Evangelista et al, 2017). Neste contexto, este estudo visa contribuir com informações a respeito da inserção do ACE no SUS, já que são limitados os trabalhos publicados sobre esta categoria de trabalhadores.…”