Resumo: esse artigo objetiva criar diálogos e possíveis encontros entre os métodos de pesquisa dos estudos dos cotidianos e da cartografia. Isso se fez a partir da experiência de duas pesquisas intituladas "Homens trans(bordados): experiências juntas e misturadas na produção de outras masculinidades" e "Gênero e sexualidades em cartaz na formação de professores/a". Com esses estudos foi possível vislumbrar que outros modos de pesquisar são possíveis e precisam ser construídos para além do paradigma científico da racionalidade. Por fim, concluímos que o método cartográfico e do cotidiano possuem encontros nas seguintes dimensões: sujeito/objeto; neutralidade/objetividade e critério de verdade. Palavras-chave: Cartografia; pesquisas nos cotidianos; métodos de pesquisas. Introdução As formas como produzimos conhecimento e os métodos aplicados em sua busca tendem e continuam a mudar ao longo do tempo. Até a Idade Média, por exemplo, o conhecimento era considerado divino, obra de seres iluminados que tinha a capacidade de dizer e divulgar a verdade ao mundo. Com a dogmatização da ciência, passa a ser um conhecimento que existe apenas por aquilo que pode ser testado, comprovado, medido, quantificado, experimentado. Assim, o rigor científico deveria estar fundado no rigor matemático, um rigor que quantifica e que, ao quantificar, desqualifica, um rigor que, ao objetivar os fenômenos, os caricaturiza. É, em suma e finalmente, uma forma de rigor que, ao afirmar a personalidade do cientista, destrói a personalidade da natureza (SANTOS, 2000, p. 73).