“…Entretanto, dentro dessa multiplicidade e diversidade, há três aspectos em comum, são eles: o da presentificação, que é a preocupação em falar do tempo presente -o que se percebe na forma, visto que os textos são curtos, e nos temas, que são atuais; o da presença do trágico, que prevalece na vida e no destino dos personagens; e o da violência que se mostra: [...] na urgência da presentificação e [na] dominância do trágico, em angústia recorrente, com a inserção do autor contemporâneo na grande cidade, na metrópole imersa numa realidade temporal de trocas tão globais quanto barbaramente desiguais. (RESENDE, 2008, p. 33) Como bem salientou Oliveira (2013), a violência sempre esteve presente nas narrativas, inclusive na Bíblia, mas, segundo a autora, o que importa é como essa temática se produz no "domínio estético-discursivo", isto é, de que forma a realidade é transfigurada em arte literária. Novamente, ouvem-se ecos de Candido sobre a relevância de se considerar a forma e o conteúdo, pois "[...] o conteúdo só atua por causa da forma, e a forma traz em si, virtualmente, uma capacidade de humanizar devido à coerência mental que pressupõe e que sugere" (CANDIDO, 1995, p. 246).…”