A Felicidade Em Pessoas Com Doença Mental: Uma Revisão Integrativa Da Literatura

Abstract

RESUMO CONTEXTO:A forma como cada pessoa vive e sente satisfação com a sua experiência de vida, tem naturalmente uma dimensão subjetiva mas reveladora de aspetos intrínsecos da dimensão humana. A felicidade pode ser um conceito agregador dessas dimensões embora de difícil definição para pessoas com ou sem doença mental. OBJETIVO: Identificar a perceção de felicidade em pessoas com doença mental, os fatores que contribuem para aumentar ou menorizar essa perceção. MÉTODOS: Revisão Integrativa da Literatura. Pesquisa em bases de dados internacionais, realizada em agosto de 2016. Foi aplicado um conjunto de descritores e critérios de inclusão. Obteve-se uma amostra final de 7 estudos, publicados entre 2006-2014. RESULTADOS: Não se encontraram definições aprofundadas do conceito expressas pelos participantes. Emerge como aproximação ao conceito a capacidade para interação social ou enquanto fenómeno intrinsecamente relacionada com a religiosidade. A felicidade depende pouco de eventos externos e reforça-se com fatores duradouros e de uma dimensão mais interior e predeterminada previamente à doença. Os fatores que contribuem são essencialmente de ordem pessoal, familiar, suporte social alargado e emocional. Os que contribuem para menorizar a felicidade são de ordem pessoal, efeitos secundários da medicação, escassez de suporte social alargado, disfunção afetiva e emocional. A família não surgiu enquanto fator associado a menor felicidade. CONCLUSÕES: A felicidade está interligada à vivência social e ao bem-estar, à resiliência, a fatores protetores internos da própria pessoa.

Happiness and Mental Disorders

“…Seabra et al [ 7 ] concluded that their study participants with mental illness did not express in-depth experiences of happiness according to the definitions. However, the factors that contribute to increasing happiness are personal, familial, social, and emotional support, while those that contribute to reducing it are personal factors, medication side effects, lack of social support, and affective and emotional deficits.…”

“…Crucial aspects for understanding the perception of happiness in people with mental illnesses include interventions that promote rehabilitation, social relationships, and the meaning of life. These allow for greater perceived happiness, which is essential for recovery [ 7 ].…”

“…Some authors have argued that the perception of happiness is mainly personal; that is, it is more related to the way a person experiences specific external events and less linked to the events themselves [ 12 , 15 ]. Lack of support is not considered to be a factor that promotes unhappiness [ 10 ] although symptoms and mental pathology are determining factors for a lesser perception of happiness [ 7 , 8 ].…”

“…There are few studies specifically focused on understanding happiness in severe mental disorders [ 8 , 12 , 13 , 16 , 17 , 19 ]. Some studies have found lower levels of happiness in patients diagnosed with schizophrenia [ 7 , 8 , 12 , 16 , 17 ]. However, other studies report that people with mental disorders have levels of happiness comparable to those of people without mental disorders [ 10 , 13 , 20 ].…”

“…However, other studies report that people with mental disorders have levels of happiness comparable to those of people without mental disorders [ 10 , 13 , 20 ]. Similarly, no differences were found according to sociodemographic variables, duration of illness, severity of positive and negative symptoms, physical status, comorbidities, or cognitive functioning [ 7 , 19 ]. However, happiness increases social, emotional, and moral capacity.…”