Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. Resumo: O texto tem como objetivo demonstrar os mecanismos utilizados pelas autoridades coloniais do Rio de Janeiro para realizarem o sequestro dos bens pertencentes à fragata dos padres da Companhia de Jesus que ancorou no porto da cidade em dezembro de 1759 sem que sua tripulação soubesse que a ordem de expulsão desses religiosos, decretada pelo rei D. José I em setembro daquele ano, já estava sendo executada. Assim, tudo e todos que estavam na embarcação entraram no inventário realizado pelo desembargador Agostinho Felix dos Santos Capello. Por meio do auto de inventário da fragata é possível compreender um pouco acerca do comércio e da movimentação de mercadorias e de pessoas que ocorriam no litoral brasileiro em meados do século XVIII tendo o privilégio de não serem sujeitas as fiscalizações e aos pagamentos de taxas por se tratar de uma embarcação da Companhia de Jesus. É possível identificar também as remessas de produtos oriundos de diferentes partes do império luso, principalmente da Índia, e que circulavam entre os colégios jesuíticos na América Portuguesa.