A erradicação do Aedes aegypti: febre amarela, Fred Soper e saúde pública nas Américas (1918-1968)

Abstract

O livro analisa a Campanha Continental para a Erradicação do Aedes aegypti, o primeiro e mais duradouro programa internacional de erradicação já implementado. Lançada em 1947 sob os auspícios da Organização Sanitária Pan-Americana (OSP), então dirigida pelo médico norte-americano Frederick Soper, ela dava continuidade à Campanha Mundial de Erradicação da Febre Amarela, oficialmente iniciada em 1918, após o término da Primeira Guerra Mundial, pela Fundação Rockefeller. A Campanha Continental sintetizava importantes transformações do pós-Segunda Guerra Mundial e sinalizava um novo padrão de relacionamento das organizações internacionais e do governo norte-americano com os países da América Latina, especialmente o Brasil, com maior preponderância destes. O livro nos oferece uma análise original dos esforços envidados no passado recente e subsídios para realizarmos com sucesso este enfrentamento no presente - a recente epidemia causada pelo vírus Zika coloca novamente na ordem do dia o combate sem tréguas ao mosquito Aedes aegypti, também responsável pela transmissão da dengue e da febre chikungunya.

Locomotor activity in Aedes aegypti with different insecticide resistance profiles

“…The first case of DDT-resistance in Ae. aegypti populations was reported in Cúcuta, Colombia, in 1957 7 . Besides resistance, DDT also incur a long residual action in the environment, affecting agriculture and aquatic ecosystems, besides having a hazardous effect on human health, so that its use in the Americas declined in the early 1970s 9,11 .…”

“…Aegypti, using chemical insecticides has been proposed as chemical control, eliminating or relocating breeding sites as mechanical control and applying Bacillus thuringiensis insraelensis (Bti) larvicide as biological control 4 . With dichloro-diphenyl trichloroethane (DDT) development in 1939 new prospects loomed regarding the species, including its eradication in Brazil and neighboring countries by 1958 [5][6][7] . In general, all chemical insecticide classes act on mosquito's central nervous system (CNS), inducing the "knockdown effect" 8 .…”

Capacidade de predação do Aedes aegypti por Astyanax sp. (Actinopterygii: Characiformes) em relação ao comprimento do corpo

“…As doenças provocadas por vírus e transmitidas por esses vetores são denominadas de arboviroses (FIOCRUZ, 2017). Alguns vetores podem transmitir mais de um tipo de vírus como é o caso do mosquito Aedes aegypti que é conhecido por transmitir, além da Dengue, a Chikungunya, Zika e Febre Amarela (CONSOLI; OLIVEIRA, 1994;MAGALHÃES, 2016). Observa-se, portanto, que a maior eficiência do controle dessas arboviroses se dá por diminuição da população de seu vetor, no caso o mosquito A. aegypti.…”

“…A forma mais eficiente no controle populacional de uma espécie é a elevação de sua taxa de mortalidade ainda na fase pré-reprodutiva (BEGON et al 2007) que, no caso dos mosquitos culicídeos, como o transmissor da Febre Amarela, Dengue, Chikungunha e Zika, é a fase larval que se desenvolve em ambiente aquático (TRIPLEHORN E JOHNSON, 2015). O uso de inseticidas para controlar os mosquitos adultos e de larvas foi amplamente difundido, principalmente durante os picos das epidemias, porém, além de representarem um mal para própria saúde do homem, as populações de mosquitos têm evoluído e passam a adquirir resistência a essas substâncias (MAGALHÃES, 2016). No entanto, existem outras formas de controle que são mais eficientes e menos danosas a saúde humana como é o caso do controle mecânico, onde os depósitos de água domiciliares são eliminados ou são isolados por barreiras mecânicas como telas e tampas, e o controle biológico com a liberação de certas espécies de peixes em reservatórios domiciliares, comerciais ou industriais (CAVALCANTI et al 2007).…”

Relato de experiência: atividades educativas e de pesquisa aplicada realizadas para o controle do Aedes Aegypti na cidade de Brejo Santo-CE em parceria com o Poder Público Municipal, Estadual e Fiocruz

“…As afecções viralmente induzidas e propagadas por esses hospedeiros são categorizadas como arboviroses (FIOCRUZ, 2017). Alguns transmissores possuem a capacidade de transmitir múltiplos tipos virais, a exemplo do mosquito A. aegypti, conhecido por sua habilidade em veicular não apenas a Dengue, mas também a Chikungunya, Zika e Febre Amarela (CONSOLI; OLIVEIRA, 1994;MAGALHÃES, 2016;LÖWY, 2019). Dessa forma, é evidente que a eficácia no controle destas arboviroses reside na redução da população de seu vetor, o mosquito A.…”