ResumoO artigo resulta de um projeto de investigação centrado na necessidade de equacionar a educação artística, mais concretamente a arte contemporânea, na promoção de uma cultura de cidadania no 1.º Ciclo do Ensino Básico (1.º CEB). Este trabalho privilegia uma investigação qualitativa e foi ao encontro dos seguintes objetivos: implementar um conjunto de atividades pedagógicas assentes na arte contemporânea no 1.º CEB e compreender o seu impacto na aprendizagem dos alunos e na prática profissional dos professores. As conclusões emergentes do estudo evidenciam a importância da arte contemporânea no desenvolvimento de competências que visam a construção de uma cidadania ativa. Palavras-chave: educação artística, arte contemporânea, cidadania, 1.º ciclo do ensino básico.
AbstractThe article results from a research project focused on the need to equate artistic education, more specifically contemporary art, in promoting a culture of citizenship in the 1st Cycle of Basic Education (1st CEB). This work focuses on qualitative research and has met the following objectives: To implement a set of pedagogical activities based on contemporary art in the 1st CEB and to understand its impact on student learning and professional practice of teachers. The emerging conclusions of the study highlight the importance of contemporary art in the development of skills that aim to build active citizenship. Keywords: artistic education, contemporary art, citizenship, 1st cycle of basic education Vivemos num mundo que é cada vez mais multicultural e heterogéneo, onde as transformações socioculturais são mais rápidas e também mais assustadoras: se por um lado acolhemos a diversidade cultural, por outro lado surge a divisão e a polémica. As divergências, as clivagens e os confrontos de opinião, agitam a nossa sociedade.Percebemos que os valores morais vão-se alterando ou mesmo desaparecendo; que as tecnologias de informação acenam-nos com diversas soluções, todas elas diferentes e aparentemente ilimitadas, mas efémeras e por vezes perversas; agudizam-se formas de intolerância e violência; convivemos com a exclusão social de indivíduos e grupos sociais e não possuímos certezas e soluções para enfrentar e resolver os diferentes problemas, restando-nos apenas a incerteza do momento presente e a esperança de uma nova realidade.Este panorama leva-nos a questionar que tipo de educação preconizamos para que os nossos alunos se possam constituir cidadãos capazes de perceber e intervir no mundo de forma responsável e operar uma transformação social consciente.E é nesta certeza que a educação é chamada a intervir, assumindo os desafios necessários à construção de uma nova cidadania e assumindo um compromisso com a formação e a educação integral do ser humano que ajude as novas gerações a construírem, de uma forma autónoma, uma forma de pensar, sentir, querer e atuar (Conill, 2002), proporcionando aos alunos uma inserção responsável através da convocação de temas reais que traduzem as preocupações atuais. Na verdade trata-se de falar de cidadania, ...