INTRODUÇÃOPara que tenhamos compreensão acerca da Política Pública de Educação no Brasil, é necessário que inicialmente façamos o exercício de pensar sobre o que é e a que se propõe uma política pública para que entendamos onde se situa a Política de Educação nesse universo. É importante, portanto, delimitarmos que aqui pensamos a educação como uma política pública social construída e redefinida a partir do movimento social, político, econômico e cultural de uma sociedade cujos interesses pautam-se na lógica de acumulação de riquezas e que dentro desse cenário de disputas e contradições entre os diversos atores envolvidos é que se definem como, para quem e para quê essas políticas irão existir.Souza (2006), ao tratar acerca de Política Pública, afirma que é necessário pensá-las a partir de inter-relações entre as esferas que envolvem o Estado, a política, a economia e a sociedade como um todo.Diante disso, é relevante destacarmos o pensamento de Rua (2012) quando define a política pública como sendo o "conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos" (RUA, 2012, p. 15). Dentro dessa perspectiva, a autora destaca que nesse processo estão inseridos diversos atores sociais imbuídos de interesses muitas vezes conflitantes e que no processo de construção de consensos entre eles é que as políticas públicas são formuladas e reformuladas constantemente.Assim, entendendo as políticas públicas como resultado de um processo de busca de consenso entre interesses muitas vezes contraditórios, frutos de uma sociedade capitalista, torna-se necessário que façamos uma breve análise do contexto econômico e social da sociedade brasileira para que possamos compreender os elementos que se inserem no processo de formulação da política educacional brasileira e suas características.Desse modo, pretendemos aqui traçar algumas reflexões acerca dessa política pública, bem como de seus desdobramentos em torno do ensino superior e seu processo de expansão, que dentre tantos aspectos ressaltamos a proliferação das licenciaturas por meio da obrigatoriedade de oferta nos Institutos Federais e o surgimento da assistência estudantil como elemento facilitador do acesso