A História da Antropologia no Brasil normalmente assume como marco de sua institucionalização a criação dos primeiros cursos de Ciências Sociais na década de 1930, relegando a um período “pré-científico” os agentes e as instituições que antecedem esse movimento. Em Santa Catarina, apenas na década de 1970, foram criados cursos de ciências sociais, porém já na década de 1950 houve a criação das primeiras cátedras em Antropologia. Nesse artigo, busca-se evidenciar o papel dos padres Alvino Bertholdo Braun e João Alfredo Rohr na formação da Antropologia em Santa Catarina, evidenciando as transformações e as rupturas desse campo na passagem da década de 1950 para a década de 1960. Argumenta-se que o “esquecimento” desses agentes na História da Antropologia local deve-se às transformações no campo, que implicaram maior distanciamento da Igreja Católica em relação às instituições de ensino superior, na crescente profissionalização da Antropologia e no redimensionamento do escopo dessa ciência.