Silvia, a ti devo tanto disto! Seu suporte, sua presença, sua opinião sempre tão certeira, suas palavras de incentivo, você. Hanah Julia, a inspiração que tiro de sua vida muito me alimentou nos momentos em que o sentido deste trabalho parecia nebuloso, perdido. O amor que sentimos, nós três, a nossa vida juntos, foram a fundação sobre a qual me apoiei todo o tempo, e onde construí o sonho que realizo agora. Professor Marko, guia que orientou meu olhar e minhas questões, sempre pronto a me ensinar e a corrigir minhas incipientes acepções. Seu rigor e disciplina serão minhas referências para toda a vida acadêmica. Professores do DPCT, sou grato por tantos desafios propostos e ensinamentos transmitidos. Rafaela Gutierrez, sua paciência ao me ouvir e suas orientações para que eu conhecesse o DPCT foram fundamentais para que este projeto acontecesse. Gedalva, nossos cafés com história foram especiais. Quanto de nossas angústias de pesquisa nós compartilhamos! Juliana Coelho e Jean Miguel, suas dicas valiosas estão aqui presentes; Adela, quão útil me foi conhecer a elegância de suas análises.Professora Leda, socióloga de trajetória e disposição edificantes, você me trouxe novas perspectivas; não só de trabalho, mas de pensamento, da forma como olhar para a minha volta.Valdirene, Gorete e Bia, sempre com um sorriso a oferecer, aliviando o peso da necessária burocracia acadêmica que envolveu a conclusão deste trabalho.
Nossos caminhos se cruzaram porque avançamos; daqui saio melhor porque tive o privilégio de conhecê-los, encontrá-los, aprender e caminhar com todos vocês.
RESUMOEste trabalho tem como objetivo principal investigar a forma como foi discursada a crise de abastecimento hídrico registrada na Região Metropolitana de São Paulo, durante o biênio de 2014-2015, enfocando os aspectos de mobilização da expertise científica acumulada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e pelo Governo do Estado de São Paulo (Gesp), à época seu principal acionista, e da instrumentação dessa expertise na estratégia de comunicação massiva em torno do episódio. Os resultados apontam para a um plano discursivo que moldou a interpretação da crise de forma a relativizar a condição desses atores, ora argumentados como vítimas de um comportamento climático perverso, ora como os únicos agentes capazes de superar tal cenário; nesse enquadramento, o racionamento voluntarioso do consumo individual foi o melhor caminho para mitigação dos efeitos críticos, e as obras civis contratadas tanto para exploração de novos e distantes mananciais como para interligação entre aqueles reservatórios existentes, foi a solução definitiva para os problemas correntes e também para os futuros. Ainda, por meio da análise de 62 press releases publicados durante o período recortado, foi possível identificar o uso do discurso como instrumento de ação sobre a infraestrutura urbana de abastecimento hídrico, artefato sociotécnico de larga escala que transporta recurso basilar para a vida metropolitana.