A Educação Ambiental Crítica e o pensamento freireano: tecendo possibilidades de enfrentamento e resistência frente ao retrocesso estabelecido no contexto brasileiro

Abstract

o enfraquecimento das políticas ambientais e educacionais, na atualidade, afeta diretamente e silencia a Educação Ambiental (EA). Com isso, o presente ensaio é dedicado a promover uma discussão acerca da EA na contemporaneidade, principalmente no contexto brasileiro, apontando para a urgência do estabelecimento de uma EA que seja amparada nas premissas críticas, emancipatórias e transformadoras para a edificação de uma luta coletiva de resistência e enfrentamento a todas as adversidades que emergem nesses “novos” tempos. Assim, são apresentados alguns fundamentos e contribuições acerca da Educação Ambiental Crítica (EAC) e como o pensamento freireano, com seus elementos estruturantes - diálogo, a educação problematizadora e libertadora, o processo de conscientização, os temas geradores, a relação horizontal entre educando-educador, a ação-reflexão-ação e o desvelamento da realidade – que podem fornecer diretrizes para a construção de possibilidades de (re)pensar a EA diante da atual conjuntura.

Revisão narrativa da educação ambiental freiriana: apontamentos recentes

“…O pensamento freiriano endossa as correntes críticas da educação ambiental, motivadas não somente "pelo reconhecimento dos problemas existentes, mas na busca pela transformação mediante o estabelecimento de posturas mais sustentáveis e comprometidas com a totalidade" (Arrais;Bizerril, 2020, p. 160).…”

A biodiversidade explicitada em mapas conceituais e interfaces com a educação ambiental

“…Ao explicitar acerca da sensibilização ambiental em prol da biodiversidade, a educação ambiental crítica correspondeu a um item abordado por Melo (2021), principalmente. Vale destacar que Educação Ambiental Crítica trouxe ao debate sobre o meio ambiente, reflexões e considerações importantes da ecologia política, da complexidade e da ética socioambiental (Arrais & Bizerril, 2020, Lopes & Abílio, 2023 e tem recebido atenção quando se trata da biodiversidade nos processos educativos conduzidos segundo os princípios de uma educação ambiental para emancipação do cidadão.…”

Educação Ambiental, Extensão Universitária e o desenvolvimento socioregional de Turvo, Paraná

“…Os princípios da teoria crítica voltados para a EA (Maia, 2015;Guimarães, 2016;Loureiro & Cunha, 2016;Kataoka et al, 2018;Agudo & Teixeira, 2020;Arrais & Bizerril, 2020) e para a extensão universitária socialacadêmica (Carbonari & Pereira, 2007;Deslandes & Arantes, 2017;Ribeiro et al, 2017;Costa et al, 2020) foram orientadores para as ações de EA colocadas em prática, as quais ainda foram amplamente articuladas com as perspectivas dos participantes (Brandão & Borges, 2007), convocando os sujeitos a um envolvimento mútuo, articulado e de compromisso com as ações sociais propostas. Desse modo, partiu-se da realidade concreta da vida cotidiana dos próprios participantes do processo, em suas diferentes dimensões e interações, nas quais o conhecimento científico e o popular articulam-se criticamente em um terceiro conhecimento, novo e transformador.…”

“…Assim, concebiam o ambiente apenas a partir de uma perspectiva naturalista, perdendo de vista suas indissociáveis dimensões políticas e culturais(Loureiro, 2019). De acordo comArrais & Bizerril (2020), isso indica que os sujeitos também não consideram a luta de classes e as diferentes responsabilidades dos atores sociais enredados nas problemáticas socioambientais do município, pois reduzem a complexidade do fenômeno ambiental meramente à natureza, sua fauna, flora e recursos hídricos.…”