A ecologia flusseriana da Comunicação: ideias e conceitos chave

Abstract

Vilém Flusser e sua ecologia da Comunicação ainda continuam desconhecidos. O filósofo ensaísta, judeu theco, naturalizado brasileiro, veio para o Brasil em 1940, fugindo do nazismo. No Brasil foram 32 anos de enfrentamentos e engajamentos. Sua comunicologia é profundamente marcada pela experiência brasileira. Destaco sete idéias-chave do seu pensamento comunicacional: A religiosidade como metáfora do senso de realidade; O consumo e a nulodimensão; A Escalada da Abstração; As três grandes catástrofes; O conceito de Funcionário; O produto dos meios de Comunicação - indivíduos hipnógenos; O conceito de Sujeito. A comunicologia flusseriana é: nômade, mestiça, multicultural e antropofágica. Urge resgatarmos seu pensamento instigador e crítico nas análises da sociedade midiática.

COMUNICAÇÃO E DIFERENÇA: contribuições de um brasileiro chamado Ciro Marcondes Filho

“…Deleuze vislumbrava a comunicação como a emergência de conexões e relações não-previstas, do inusitado (Araújo, 2019). A ideia de comunicação em Deleuze "é o que ocorre quando se junta aquilo que não parece poder ser juntado, uma relação tensa que se estabelece temporariamente", ou ainda aproximação entre divergentes, que produz novos elementos, novas relações e é capaz de possibilitar o devir e a criação do novo (Araújo, 2019, pp.…”

Professoras do ensino municipal em Limeira - SP

“…Na rotina de trabalho das professoras há um grande fluxo de comunicação e informação, sinalizados nas narrativas das participantes. Martino (2009) adverte que costumava-se ver comunicação e informação como sinônimos, porém, com as reavaliações no campo teórico:…”

“…se comunicar e interpretar a realidade. A experiência de se comunicar diz respeito a uma forma de tocar o outro, à medida que compartilham conhecimento, afeto e experiências, contribuem na construção da realidade (MARTINO, 2009).…”

“…Imaginando que as relações no contexto escolar se formam por esferas (de vivências na qual cada esfera (figura 3) tem uma dinâmica própria e variável, representando cada indivíduo envolvido com sua própria existência em estado de movimento, com a possibilidade de movimentar as outras. No entanto, à medida que ocorrem os intercâmbios, os valores e conhecimentos constituem-se em uma esfera de significados que ganha uma dimensão social a partir de uma construção coletiva; a pratica da comunicação acompanha a intersubjetividade (MARTINO, 2009). As professoras em seu ofício, no exercício da comunicação, lidam com informações (TARDIF; LESSARD, 2014), cujo compartilhamento se faz por diversos canais: registros documentados em papel ou digitalmente, como e-mails e mensagens de texto no Whatsapp; via chamada de vídeo, telefônica ou gravação de áudio (ABRAHÃO et al, 2009).…”

“…Reconhece-se que comunicação e tecnologia se articulam (MARTINO, 2009), porém a ênfase nos aspectos técnicos pode sufocar a comunicação, reduzindo o olhar para os aspectos humanos das relações, por exemplo, o risco do desgaste na comunicação, para concentrar-se na performance técnica com a expansão de sua instrumentalização (WOLTON, 2012). Wolton (2012) explica não se tratar de uma oposição a técnica, pois a tentativa de um diálogo pode ser interpretada como posição desfavorável aos avanços na área, quando a luz para a reflexão está no sentido de não se deixar seduzir em meio ao caminho dominado pela técnica, com o encolhimento dos aspectos sociais e culturais envolvidos nas mudanças tecnológicas.…”