“…Todas essas ações são extremamente necessárias e constituem técnicas de cuidado, proteção e fortalecimento do nome-sopro-de-vida, de forma que a criança não só possa crescer e se desenvolver, como também adquirir uma determinada perspectiva -a de seu grupo que é o portador desse nome-sopro-de-vida -e fabricar concomitantemente, desse modo, um corpo habilitado aos afazeres humanos. 17 Como Sáez (2018, p. 23) faz notar "O xamanismo tem papel importante nos processos de constituição e transformação do corpo e da pessoa (Cayón, 2009;López, 2006;Pissolato, 2007;Ramo y Afonso, 2007;Angarita, 2014)".…”
Section: Fixação E Dispersão Dos Nomes-sopro-de-vidaunclassified
Resumo A proposta deste artigo é fazer uma discussão a respeito do que é denominado na região do alto rio Negro de ‘nome sagrado’, a partir da experiência etnográfica junto ao povo Yuhupdeh e tomando o benzimento de nominação como ponto de partida. Os ‘nomes sagrados’ são nomes próprios dados após o nascimento, escolhidos a partir de um estoque específico correspondente a cada grupo e conforme um princípio de senioridade que estabelece uma escala orientada pela ordem de nascimento – do irmão maior para o irmão menor. Ao mesmo tempo, eles também são designados de sopro de vida (na língua Yuhup, se diz hãg-wäg) e devem ser cuidados e protegidos para que possam crescer junto com as pessoas que os carregam. Mais do que abordar os nomes apenas como categorias classificatórias de parentesco ou prerrogativas – que determinam posições entre as pessoas através do gradiente da senioridade –, pretende-se abordá-los a partir daquilo que ativam, fazem e associam.
“…Todas essas ações são extremamente necessárias e constituem técnicas de cuidado, proteção e fortalecimento do nome-sopro-de-vida, de forma que a criança não só possa crescer e se desenvolver, como também adquirir uma determinada perspectiva -a de seu grupo que é o portador desse nome-sopro-de-vida -e fabricar concomitantemente, desse modo, um corpo habilitado aos afazeres humanos. 17 Como Sáez (2018, p. 23) faz notar "O xamanismo tem papel importante nos processos de constituição e transformação do corpo e da pessoa (Cayón, 2009;López, 2006;Pissolato, 2007;Ramo y Afonso, 2007;Angarita, 2014)".…”
Section: Fixação E Dispersão Dos Nomes-sopro-de-vidaunclassified
Resumo A proposta deste artigo é fazer uma discussão a respeito do que é denominado na região do alto rio Negro de ‘nome sagrado’, a partir da experiência etnográfica junto ao povo Yuhupdeh e tomando o benzimento de nominação como ponto de partida. Os ‘nomes sagrados’ são nomes próprios dados após o nascimento, escolhidos a partir de um estoque específico correspondente a cada grupo e conforme um princípio de senioridade que estabelece uma escala orientada pela ordem de nascimento – do irmão maior para o irmão menor. Ao mesmo tempo, eles também são designados de sopro de vida (na língua Yuhup, se diz hãg-wäg) e devem ser cuidados e protegidos para que possam crescer junto com as pessoas que os carregam. Mais do que abordar os nomes apenas como categorias classificatórias de parentesco ou prerrogativas – que determinam posições entre as pessoas através do gradiente da senioridade –, pretende-se abordá-los a partir daquilo que ativam, fazem e associam.
“…El Mbyareko puede ser entendido como un conjunto de prácticas relativas a la composición colectiva de los cuerpos -la alimentación y, por lo tanto, la agricultura, las prácticas rituales (cantos y danzas), las artes dialógicas, las reglas de parentesco, los modos de distribución espacial en las aldeas, así como formas peculiares de pensar, sentir, hablar y soñar-. El Mbyareko es un legado de Nhanderu ("nuestro padre"), ser divino ancestral y originario que emergió de la profunda, lejana y antigua noche (Pytu Yma) e hizo surgir Yvyrupa, creando a los guaraníes para ser sus habitantes (Pesquisadores Guarani, 2015;Cadogan, 1992).…”
Section: Esbozando Un Método: Alteridades Indígenas Y Líneas De Difer...unclassified
Este ensayo reflexiona sobre los desafíos de la educación escolar indígena (EEI) en Brasil a partir del caso de las escuelas guaraníes. Para comprender la distancia que existe entre la legislación relativa a la educación escolar indígena específica y diferenciada en Brasil, y su implementación en las comunidades guaraníes, expongo aspectos de las diferencias entre el “sujeto de derechos”, como objeto de políticas públicas, y la “persona guaraní”, como composición de mundos. Para ello, en consonancia con el propósito de las pedagogías decoloniales, entretejo relatos y explicaciones guaraníes que despliegan imágenes de la memoria y la palabra capaces de desbordar nuestros textos, alterando las posibilidades de conocer y, por lo tanto, de sentir y vivir.
“…Elizabeth Pissolato (2007), em estudo sobre a relação entre a mobilidade e busca da alegria e da felicidade entre povos Guarani Mbya do Rio de Janeiro, ressalta o cuidado da alma como um aspecto central das práticas voltadas para a saúde da criança, durante a gravidez e o pós-parto. "A possibilidade de extravio da alma da criança liga-se à noção de que o nhe'ë não anda sempre junto com a pessoa [...].…”
Section: Infâncias Indígenas E Cuidadounclassified
“…Dizemos "bom" em seu sentido vital: sentimento de satisfação, estado de espírito que flui levemente com a vida; satisfação pessoal e grupal que decorre de ações adequadas, isto é, orientadas por suas próprias causas, como na filosofia de Spinoza (2009). Como na filosofia Guarani, sentimento daquele (pessoa ou grupo) que cresce aprendendo a buscar livremente aquilo a que o desejo o lança, sempre em busca de sentir-se bem, da alegria, da felicidade (PISSOLATO, 2007;SPINOZA, 2009;DAMÁSIO, 2004).…”
Em meio à crise ambiental planetária, radicalizamos movimentos de busca de referências conceituais que nos apontem alternativas civilizatórias e indiquem pistas teórico-práticas para o desmonte do modelo escolar eurocêntrico, referenciado no capitalismo colonialista que devasta a Terra. Atento a modos de conceber a existência em conexão com o cosmos, este ensaio se volta para povos originários brasileiros, interessado em perceber o lugar das crianças na organização de suas sociedades e nos processos de constituição de sujeitos coletivos. O conhecimento é fruto de revisão bibliográfica, visitas a aldeias e diálogo com lideranças indígenas. As análises se apoiam na filosofia espinosana, em epistemes nativas, em estudos dos campos da antropologia da criança, da educação infantil e da educação ambiental crítica.
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