Abstract:Analisa-se a relação entre as políticas educacionais elaboradas pelo Estado e a intensificação do trabalho docente mediante testes estandardizados na educação brasileira, a qual é entendida como estratégia inerente à sua lógica gerencial. Como recorte empírico realizamos questionários e entrevistas com profissionais da rede Estadual de ensino de Minas Gerais. Os resultados evidenciam a responsabilização unilateral docente pelos resultados dos testes; omissão do Estado na promoção de condições de trabalho e a p… Show more
“…Nessa mesma linha de pensamento, Machado, Alavarse e Oliveira (2015) ressaltam que tem crescido o número de pesquisas sobre avaliações externas e que essas estão na base das discussões sobre a qualidade na educação. Esse crescimento também é discutido no artigo de Richter, Souza e Silva (2015), que relaciona a existência de uma estreita relação entre qualidade da educação e os índices produzidos pelas avaliações externas.…”
Section: Externasunclassified
“…Assim, o Estado avaliador, por meio de políticas de responsabilização das escolas e dos professores, joga uma cortina de fumaça sobre os problemas estruturais da educação brasileira, como a insuficiência de recursos e de apoio técnico por parte dos órgãos centrais (SILVA, 2016). Os próprios índices produzidos pelas avaliações externas, se analisados criticamente, podem desacreditar essa responsabilização unilateral (Richter;Silva, 2015) Ademais, Peroni (2009) propõe uma discussão sobre quais políticas realmente apresentam impacto na qualidade da educação para todos. A autora entende que é necessário reformular conceitos, visto que, historicamente, a educação foi pensada para poucos e precisa ser reorganizada, inclusive em termos orçamentários.…”
Section: Externasunclassified
“…Analogamente, Almeida, Pierre, Costa, Santa Rita e Pinto (2017) apresentam o Enem como instrumento de acompanhamento de políticas públicas. Para serem catalizadoras do acompanhamento das aprendizagens, acrescenta-se que os critérios dessas avaliações sejam transparentes e de fácil compreensão, o que, segundo Richter; Souza e Silva (2015), não tem sido posto em prática. Além disso, Benitz e Souza (2015) afirmam que os sistemas de avaliação, como estão postos, depõem contra a melhoria da qualidade da educação a que se propõem avaliar.…”
As avaliações externas, elaboradas pelo Ministério da Educação, têm sido aplicadas nos últimos 30 anos com o objetivo anunciado de levantar e analisar dados relativos ao rendimento e evasão escolar. Com o avanço tanto do alcance como da capila ridade dessas avaliações, os dados por elas produzidos passaram a orientar as políticas públicas e estruturar as ações de accountability na educação, além de servirem como instrumentos de regulação dos currículos e da gestão das escolas e como indicadores da qualid ade da educação ofertada. Assim, o objetivo deste artigo é analisar as imbricações entre avaliações externas e qualidade da educação, em uma amostra de 18 artigos da Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, no período compreendido entre 2000 e 2019. Trata-se de um recorte de uma pesquisa qualitativa, documental, que teve como método a análise de conteúdo. Os resultados apontam que as avaliações externas podem contribuir para a oferta de educação de qualidade, se seus resultados forem analisad os em conjunção com outros indicadores, internos e externos às escolas, favorecendo uma administração escolar construída com bas e na racionalidade comunicativa que estrutura a educação para a criticidade, justiça e emancipação social.
“…Nessa mesma linha de pensamento, Machado, Alavarse e Oliveira (2015) ressaltam que tem crescido o número de pesquisas sobre avaliações externas e que essas estão na base das discussões sobre a qualidade na educação. Esse crescimento também é discutido no artigo de Richter, Souza e Silva (2015), que relaciona a existência de uma estreita relação entre qualidade da educação e os índices produzidos pelas avaliações externas.…”
Section: Externasunclassified
“…Assim, o Estado avaliador, por meio de políticas de responsabilização das escolas e dos professores, joga uma cortina de fumaça sobre os problemas estruturais da educação brasileira, como a insuficiência de recursos e de apoio técnico por parte dos órgãos centrais (SILVA, 2016). Os próprios índices produzidos pelas avaliações externas, se analisados criticamente, podem desacreditar essa responsabilização unilateral (Richter;Silva, 2015) Ademais, Peroni (2009) propõe uma discussão sobre quais políticas realmente apresentam impacto na qualidade da educação para todos. A autora entende que é necessário reformular conceitos, visto que, historicamente, a educação foi pensada para poucos e precisa ser reorganizada, inclusive em termos orçamentários.…”
Section: Externasunclassified
“…Analogamente, Almeida, Pierre, Costa, Santa Rita e Pinto (2017) apresentam o Enem como instrumento de acompanhamento de políticas públicas. Para serem catalizadoras do acompanhamento das aprendizagens, acrescenta-se que os critérios dessas avaliações sejam transparentes e de fácil compreensão, o que, segundo Richter; Souza e Silva (2015), não tem sido posto em prática. Além disso, Benitz e Souza (2015) afirmam que os sistemas de avaliação, como estão postos, depõem contra a melhoria da qualidade da educação a que se propõem avaliar.…”
As avaliações externas, elaboradas pelo Ministério da Educação, têm sido aplicadas nos últimos 30 anos com o objetivo anunciado de levantar e analisar dados relativos ao rendimento e evasão escolar. Com o avanço tanto do alcance como da capila ridade dessas avaliações, os dados por elas produzidos passaram a orientar as políticas públicas e estruturar as ações de accountability na educação, além de servirem como instrumentos de regulação dos currículos e da gestão das escolas e como indicadores da qualid ade da educação ofertada. Assim, o objetivo deste artigo é analisar as imbricações entre avaliações externas e qualidade da educação, em uma amostra de 18 artigos da Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, no período compreendido entre 2000 e 2019. Trata-se de um recorte de uma pesquisa qualitativa, documental, que teve como método a análise de conteúdo. Os resultados apontam que as avaliações externas podem contribuir para a oferta de educação de qualidade, se seus resultados forem analisad os em conjunção com outros indicadores, internos e externos às escolas, favorecendo uma administração escolar construída com bas e na racionalidade comunicativa que estrutura a educação para a criticidade, justiça e emancipação social.
“…Así, esta idea fallida que implementada en EEUU perseguía responsabilizar a la escuela pública (Freitas, 2015), produjo efectos laborales e ideológicos en el ámbito escolar brasileño. El rendimiento estudiantil en pruebas externas pasó a ser considerado una responsabilización unilateral docente y se promovieron principios competitivos y meritocráticos (Richter, Souza e Silva, 2015).…”
El presente artículo de investigación tiene como objetivo analizar críticamente las políticas de evaluación externa implementadas en Colombia y Brasil, en el contexto de la sociedad capitalista. Con base en este interés, se analizaron documentos oficiales y legales, adoptando la perspectiva de los Estudios Históricos Comparados dentro de la matriz teórico-metodológica del Materialismo Histórico-Dialéctico. Los resultados de investigación demostraron que organismos internacionales al servicio del capital, como el Banco Mundial, ejercen influencia sobre las políticas de evaluación de ambos países mediante las ideologías del mérito y la gestiogracia, que se refleja con la aplicación de exámenes estandarizados, la disposición de indicadores de calidad y la organización de un sistema de responsabilización. A manera de conclusión, se puede afirmar que en ambos sistemas escolares las políticas de evaluación externa vienen comprometiendo los principios de la educación pública mediante la incorporación de la racionalidad mercadológica por intermedio de la competición y la gestión, enmascarando las contradicciones sociales y perpetuando las profundas diferencias individuales y colectivas derivadas de la pobreza y la opresión, resultantes del actual modelo de producción y consumo.
“…Não há busca pelo responsável único ou maior -tanto pelos bons resultados como pelos resultados insatisfatórios -, mas a visibilidade das responsabilidades e ações que competem a cada polo (comunidade escolar e poder público), de modo que ambos possam ser igualmente acompanhados. Se o olhar está centralizado em um deles, continuamos na esteira da responsabilização vertical, atribuindo o fracasso ou o sucesso a um elemento específico e secundarizando os fatores pedagógicos, sociais, econômicos e culturais que permeiam a educação (RICHTER, SOUZA, SILVA, 2015).…”
À Capes pelo financiamento da pesquisa durante dois anos (2014)(2015)(2016).
RESUMOObjetiva-se descrever e analisar as percepções e os usos dos resultados das avaliações externas em larga escala pelas escolas da Rede Municipal de Ensino de Campinas (RMEC) e compreender suas relações com a política de Avaliação Institucional Participativa (AIP) quanto às aproximações e/ou distanciamentos dos princípios da responsabilização participativa. Os objetivos específicos versam sobre a descrição e análise: i -das concepções dos atores escolares quanto às avaliações externas; ii -da utilização dos resultados das avaliações externas pelas escolas da RMEC; iii -da relação entre as Comissões Próprias de Avaliação (CPAs) e a utilização das avaliações externas; iv -da relação entre a política de AIP e os usos dos resultados das avaliações externas quanto às aproximações e aos distanciamentos dos princípios da responsabilização participativa. Além do estudo das produções pertinentes às avaliações externas e sobre a AIP na RMEC, foram entrevistados os membros da Assessoria de AIP e uma integrante do Núcleo de Avaliação. Construiu-se uma métrica sobre as percepções e usos dos resultados das avaliações externas pelas escolas da RMEC (itens na escala Likert destinados aos Orientadores Pedagógicos -OPs e docentes das turmas avaliadas pela Prova e Provinha Brasil) que, posteriormente, foi qualificada a partir dos dados obtidos no acompanhamento de quatros escolas e nas entrevistas realizadas com professores e OPs. No olhar de alguns sujeitos, as avaliações externas: contribuem com as reflexões acerca do trabalho desenvolvido; relacionam-se à composição de um ensino unificado; estão distantes da realidade escolar; seus resultados não são suficientes para expressar a qualidade escolar, embora tragam indícios; os estudantes precisam se acostumar com as questões de múltipla escolha; etc. Em duas escolas acompanhas, cujos processos de avaliação institucional apresentavam-se fragilizados, as avaliações externas foram mencionadas, principalmente, nas discussões realizadas nos TDCs. No PPP de ambas, foram apontadas como importantes no replanejamento das ações pedagógicas, sem articulação com fatores que incidem sobre o contexto escolar. Nas demais, as avaliações externas foram discutidas, também, na CPA. Em uma, houve preocupação com os resultados e o olhar voltado às práticas pedagógicas. Na outra, as discussões foram pontuais e decorreram de ações de outras instâncias da Secretaria Municipal de Educação (SME). Nos PPPs, as avaliações externas foram refletidas segundo elementos externos e internos à instituição. Nas quatro escolas, houve relatos de práticas relacionadas às avaliações externas, entretanto, em todas observa-se variedade de atividades. Para os entrevistados, ocorre uma mescla (propostas diversificadas intercaladas às questões de múltipla escolha). Conclui-se que a discussão das avaliações externas na CPA -tempo e espaço de autoavaliação institucional -é uma aprendizagem a ser construída. A pluralidade de vozes nesse debate aprox...
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