A dimensão da enunciação no discurso da mãe acerca da criança psicótica

Psicoterapia psicanalítica infantil: o lugar dos pais

“…Embora não se possa atrelar determinada tipologia parental a uma relação única e determinante com o diagnóstico da criança, Lerner (2002) e também Melo et al (2012) apontam que um olhar atento às manifestações transferenciais dos pais nestes casos permite uma compreensão particular de sua relação com a etiologia do sintoma e com o desenvolvimento do processo terapêutico. Também segundo esses autores, quando os pais lançam à criança um olhar que denota certezas de difícil contestação, e em especial de que não há o que supor ali (Lerner, 2002), não há, em decorrência, uma mãe possível para uma criança impossível, criança esta que só pode estar na condição daquele que nunca aprenderá, não terá o que dizer, não evoluirá. Ficam os pais em lugar de impotência, bem como o analista, cujas intervenções podem ser muitas vezes rejeitadas, rechaçadas -mortifi cadas.…”

Psychoanalytical Child Psychotherapy: The Parent’s Role

“…Although a particular parental type cannot be coupled to a single and decisive relationship with the diagnosis of the child, Lerner (2002) and also Melo et al (2012) suggest that an attentive look at the transference manifestations of the parents in these cases allows a particular comprehension of their relationship with the etiology of the symptom and with the development of the therapeutic process. Also according to these authors, when the parents look at the child in a way that denotes certainties that are diffi cult to challenge, and in particular when there is nothing to suppose there (Lerner, 2002), there is not, consequently, a possible mother for an impossible child, this child that can only be in the condition of who never learns, will not have anything to say, will not evolve. These parents are in the place of impotence, as is the analyst, whose interventions can often be rejected, repulsed -demeaned.…”

Ressonâncias psíquicas maternas na psicose do filho: uma leitura psicanalítica

“…Grande parte dos trabalhos acima referem-se a produções do Grupo de Intervenção No que se refere aos estudos específicos sobre a relação mãe-filho na psicose, a dificuldade de diferenciação da mãe com o filho adolescente (Costa, Brasil & Zanello, 2015) foi discutida e, nos casos de crianças psicóticas, foram abordados as queixas, a onipotência e a ambivalência materna (Benhaim, 2004), as configurações transferenciais que tem se apresentando na clínica psicanalítica com pais de crianças psicóticas, autistas ou esquizofrênicas (Lerner, 2002), o sofrimento materno e suas implicações nos destinos do tratamento de uma criança psicótica a partir da Teoria da Sedução Generalizada de Laplanche (Melo, Andrade & Lima, 2012), o atendimento da Psicose Infantil numa instituição de saúde (Pugliesi, 2009) e a simbiose mãe e filho nas psicoses à luz do pensamento kleiniano (Cerqueira, 2011 Quando se delimita para a relação mãe e filho na psicose, encontra-se predominantemente relatos de casos clínicos entre mães e crianças com abordagens da Psicanálise lacaniana. A única pesquisa encontrada que se aproxima do presente estudo se refere à tese de Soares (2015).…”