A culpa é dela! É isso o que dizem nos comentários das notı́cias sobre a tentativa de feminicı́dio de Elaine Caparroz

Abstract

Social media plays an important role in the feminist agenda by providing a channel for denouncing and also inducing support networks. However, hate speech is conveyed in this type of media. Aiming to study this counterpoint, this paper analyzes news commentary on the feminicide attempt of the landscape artist Elaine Perez Caparroz. The approach was carried out with the collection of news and their comments, which were later analyzed using topic modeling, sentiment analysis, correlation analysis of likes and dislikes and the comments scholarly level. The results show that most of the comments share the opinion that it was the fault of Elaine Caparroz, highlighting the chauvinism that still existing in our society.Resumo. As mídias sociais têm um importante papel na agenda de lutas feministas por proporcionarem um canal de denúncia e induziremà redes de apoio. No entanto, discursos deódio também são veiculados neste tipo de mídia. Visando estudar este contraponto, o presente trabalho analisa comentários de notícias sobre a tentativa de feminicídio da paisagista Elaine Perez Caparroz. A abordagem realizada foi conduzida com a coleta de dados de notícias e seus comentários que, posteriormente, foram analisados a partir de métodos para modelagem de tópicos, análise de sentimentos, correlação com likes & dislikes e também análise do nível de escolaridade dos comentários. Os resultados mostram que a maior parte dos comentários comunga da opinião que a culpa foi de Elaine Caparroz, ressaltando o machismo que ainda há em nossa sociedade.

Fontes de dados gerados por usuários: quais plataformas considerar?

“…plataformas de seguidores, troca de mensagens, postagens, etc.). No trabalho de [Rodrigues et al 2019] comentários de uma página de notícias são analisados com intuito de identificar a presença do posicionamento machista frente a um evento que foi consequência direta desta forma de discriminação. Em um contexto mais abrangente, os autores de [Pelle and Moreira 2017] investigam o discurso deódio ao anotar um dataset próprio de comentários e gerar uma análise classificatória sobre este conteúdo.…”

Ferramentas para Análise de Mídias Sociais: Um Levantamento Sistemático

“…Já os estudos de mídias sociais baseiam-se, sobretudo, na análise do conteúdo gerado pelos usuários (do inglês UGC -User Generated Content) [10,11,27]. O UGC assume diferentes formas, como tweets, atualizações de status do Facebook e vídeos no Youtube, bem como comentários em sites de notícias ou reviews de produtos [28,29]. A análise de mídias sociais pode ser realizada de diversas formas, como análise de sentimentos [13,30], modelagem de tópicos [13], classificação/categorização de postagens [31], identificação de tendências [32], dentre outros.…”

Analisando Tweets Relacionados a Deficiências: uma Abordagem Baseada em Classificação

“…Dessa forma, optou-se pelo uso da mesma, afim de comparar tanto a concordância entre os três juízes, quando a concordância entre pares de juízes, sendo possível assim identificar possíveis causas para baixos níveis de acurácia. Essa estratégia também foi adotada por [11,21].…”

“…A conclusão foi que os algoritmos de aprendizado de máquina se saíram melhores que as abordagens léxicas, com destaque para o SVM, que obteve 89,5% de acurácia. Em [11] os autores aplicaram modelagem de tópicos, análise de sentimentos e classificação de conteúdo para comentários de notícias da plataforma G1, as notícias eram relacionadas a temática de deficiência.…”

“…Por exemplo, a palavra "retardado" evoluiu de um diagnóstico médico para fazer referência à um insulto [10]. A presença de discurso de ódio não é exclusivo de PcD, comentários racistas, homofóbicos e sexistas também são vastamente observados nas mídias sociais [11].…”