A contextualização no ensino CTS: uma análise das redes sociais

Abstract

A contextualização e a abordagem baseada em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) são temas presentes no ensino de Ciências. Dessa forma, compreender como essas temáticas convergem e se apresentam disseminadas nos artigos que pesquisam o ensino é o foco da pesquisa apresentada. Para a extração dos dados, usamos o banco de dados do Grupo CTS e Educação, do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca do Rio de Janeiro (CEFET-RJ), que no momento da pesquisa contava com 324 artigos catalogados entre os anos de 1996 e 2018 de periódicos nacionais na área de Ensino de Ciências, sendo selecionados 28 artigos que possuíam em suas palavras-chaves ou títulos a palavra contextualização e correlatas. Os artigos selecionados foram analisados quanto à inserção da temática pesquisada e em seguida se procedeu às análises bibliométricas e de redes. Das análises foi possível identificar alguns aspectos e desafios que o tema apresenta para o ensino CTS brasileiro, assim como a pesquisadora mais produtiva no tema, a instituição de vínculo de autores com maior número de produções, os periódicos que publicam o tema e as palavras-chave que se correlacionam com a contextualização.

Uma análise de rede para as pesquisas do tipo mapeamento em Ensino de Física

“…Desse modo, há diversos agrupamentos de atores que se relacionam entre si por meio da coautoria, mas não se relacionam com o restante da rede (HAYASHI et al, 2012). Este não é um resultado exclusivo do tipo de pesquisa de mapeamento, do Ensino de Física, ou devido ao baixo número de atores na rede, visto que outras pesquisas empíricas na área da Educação em Ciências como Zervas et al (2014) e Carvalho et al (2021), também relataram que boa parte das colaborações ocorre em grupos isolados. Todos os componentes conectados nos quais temos informação sobre vínculo institucional são compostos por alunos, principalmente de pós-graduação.…”

“…Contudo, esse cenário vem mudando. Novos mapeamentos realizados em Educação em Ciências no Brasil têm adotado análise de redes em seus métodos (ver exemplos em SIMÕES et al, 2020, CARVALHO et al, 2021, MELO et al, 2021. É possível que essa tendência de adoção de análise de redes em panoramas da área seja uma consequência de um movimento internacional mais amplo.…”

Análise Local, Pensamento Global: Estrutura E Dinâmica De Relações Colaborativas Na Pesquisa Em Ensino De Ciências

“…A ARS tornou-se popular, diversificou-se e complexificou-se muito nos últimos 50 anos, sendo amplamente utilizada para fundamentar pesquisas em todas as grandes áreas do conhecimento (Freeman, 2004;Scott, 2012). No recorte específico dos estudos que buscam compreender a PEC, a ARS ganhou tração na literatura apenas recentemente, principalmente devido ao núcleo de trabalho e pesquisa do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca -CEFET/RJ (ver, por exemplo, Carvalho et al, 2021;Freitas et al, 2019;Lima et al, 2018;Melo et al, 2021). Reconhecendo que essa perspectiva ainda é incipiente na PEC, retomamos suas premissas e conceitos em seção específica.…”

“…Terceiro, os pesquisadores que fazem parte de diferentes clusters na rede da PEC-ENF podem não compartilhar o mesmo espaço físico (departamentos, instituições ou estados), considerando que, em geral, a relação de coautoria é inversamente proporcional à distância geográfica (Carvalho et al, 2021;Fontes et al, no prelo). Empiricamente, Barros (2020) registrou afiliações institucionais de pelo menos 24 estados brasileiros, além de universidades no exterior.…”