Este artigo propõe uma interpretação da relação entre literatura e barroco em Minas Gerais, no período que se estende do século XVIII ao XX, a partir da elucidação do antagonismo evidente entre cultura e território, de que a obra atribuída a Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, diretamente vinculada à produção da cidade, é referência. Trata-se de exploração de base epistemológica, interessada numa teoria do conhecimento barroco, animada pela premissa de que a complexidade constitutiva do “barroco mineiro” deriva de seu estatuto histórico não exclusivamente artístico, de seu vínculo com a dinâmica social, com a questão urbana nas Minas coloniais. Pretende-se contribuir, sobretudo, para a superação de uma narrativa sobre o “barroco mineiro” esteticista, tanto quanto historicista, que o coloca como capital cultural resolvido, não como problema histórico inscrito na dinâmica sociopolítica brasileira, não apenas mineira.