ResumoO artigo analisa as estratégias de marcas próprias especificamente para o varejo supermercadista, considerando casos de redes inglesas e brasileiras. Após a revisão de literatura, realizaram-se entrevistas semiestruturadas em seis varejistas na Inglaterra e no Brasil e dados secundários foram coletados, seguidos de análise documental e análise de conteúdo. As diferenças entre os dois países são decorrentes da estrutura do varejo, do tempo de existência das marcas próprias, de perfil e hábitos/preferências dos consumidores. Fatores relacionados a cultura, legislação, economia e a forma de construir/gerenciar o portfólio de produtos descrevem as demais diferenças. Em ambos os países há a preocupação na utilização de diferentes formatos de loja para atender segmentos de mercado distintos, percebe-se a importância de estratégias de posicionamento, segmentação, marcas, sortimento, localização, imagem, ambiente de loja e composto de marketing, além da preocupação com seleção e avaliação de fornecedores de marcas próprias. Implicações incluem sugestões para varejistas supermercadistas.
Palavras-chave
IntroduçãoNo cenário atual torna-se difícil para as organizações construírem e manterem uma vantagem competitiva sustentável, um diferencial que lhes garanta posição de destaque em relação aos demais concorrentes no longo prazo. A adoção de estratégia de marcas próprias pode ser um diferencial para o varejo supermercadista.As marcas próprias conquistaram seu espaço no mercado tão logo as empresas passaram a agregar valor às suas marcas, por meio do desenvolvimento de atividades mercadológicas. A compra da marca própria aumentou na medida em que os clientes adquiriram conhecimento dos atributos da marca e perceberam como sendo reduzido o risco da compra de alguns produtos (BATRA; SINHA, 2000). Os clientes gradativamente têm aceitado a ideia dos distribuidores desenvolverem marcas premium, exclusivas e de qualidade superior e que não são necessariamente mais baratas que as marcas tradicionais de fabricantes (CONN, 2005). O sucesso da estratégia de marcas próprias no varejo está condicionado à eficácia no gerenciamento dos elementos de marketing que a compõem.Pesquisas específicas sobre a importância e adoção de marcas próprias para garantir competitividade para o varejo e outros temas relacionados a essa estratégia foram realizadas nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos e na Europa (LAAKSONEN; REYNOLDS, 1994;HOCH, 1997;BURT, 2000;CHINTAGUNTA et al., 2002;GARRETSON et al., 2002;DATTA, 2003;KENT, 2003;MIRANDA;JOSHI, 2003;DAVIES;BRITO, 2004;AILAWADI;KELLER, 2004; FEARNE et al., 2005;VAHIE;PASWAN, 2006). No Brasil, alguns autores têm se debruçado sobre o tema,