O Inglês para Fins Específicos (IFE) é um ramo do ensino de inglês que despontou mundialmente nos anos de 1960 para o desenvolvimento dos aspectos de interação da língua (ler, falar, escrever, ouvir) direcionados aos propósitos de aprendizes acadêmicos e profissionais/ocupacionais nas mais diversas áreas do conhecimento. No Brasil, a abordagem surgiu nos anos de 1970 nas universidades como Inglês Instrumental, nomenclatura que tem sido substituída por Línguas para fins Específicos (LinFE), ou Inglês para Fins Específicos (no caso do Inglês). Na metodologia IFE, as decisões sobre as práticas pedagógicas e os conteúdos devem ser programados para se adequarem às necessidades e interesses de determinado grupo. Ao planejar um curso em IFE para aprendizes de contextos com menos oportunidades de aprendizagem da língua, consideramos a necessidade de desenvolver novas formas de letramentos nos ambientes de aprendizagem analógico e digital para despertar o senso ético e crítico de aprendizes nas respectivas culturas acadêmicas e profissionais. Portanto, este artigo, situado no campo interdisciplinar da Linguística Aplicada, empreende uma reflexão para a ressignificação de práticas pedagógicas no componente Inglês para Fins Específicos em cursos superiores, alicerçado na análise de necessidades (HUTCHINSON; WATERS, 1987; BELCHER, 2009), na teoria sócio-histórico-cultural de Vygotsky (1978) e na perspectiva de multiletramentos de Kleiman e Sito (2016).