Herbicidas nas águas dos rios podem resultar em relevantes riscos à saúde humana das comunidades adjacentes. As populações podem ser expostas a poluição dos rios pela ingestão de água durante atividades recreativas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar os riscos à saúde humana associados à exposição ao herbicida Atrazina durante atividades recreacionais no Rio Pardo, Brasil. O Rio Pardo é o maior tributário na margem esquerda do Rio Grande, com cerca de 550 km de extensão. A bacia de drenagem é de cerca de 10.694 km2, abrangendo mas de um milhão de habitantes. Quatro campanhas de coleta de dados foram realizadas (duas na estação seca e duas na estação chuvosa) e duplicatas das amostras de água foram coletadas em cinco pontos de coleta ao longo do Rio Pardo. Todos os pontos de coleta estavam localizados próximos a culturas de cana-de-açúcar. Atrazina foi extraída das amostras de água do rio por extração em fase sólida utilizado discos C18 e a quantificação foi conduzida por Cromatografia a Gás acoplada com detector de nitrogênio e fósforo-GC/NPD. Atrazina foi detectada em quarto dos cinco pontos de coleta (variando de: 0,16-0,32 µg/L) abaixo dos limites estabelecidos pela legislação brasileira (2,0 µg/L), mas acima dos níveis permitidos pela União Europeia (0,1 µg/L). Riscos à saúde humana foram calculados de acordo com a metodologia da agência ambiental Norte-Americana (USEPA). Os riscos não-carcinogênicos pela exposição à Atrazina durante atividades de recreação estiveram abaixo dos limites (Hazard Quotient<1), assim como os riscos carcinogênicos (<10-6), não representando risco à saúde pública. A Atrazina é amplamente utilizada nas culturas de cana-de-açúcar e os riscos à saúde humana, associados às misturas de herbicidas em rios utilizados para atividades recreacionais, como o Rio Pardo, são importantes no contexto da toxicologia e da Saúde Pública.