Exercitar-se na água é uma prática constatada há vários séculos, embora seja recente sua realização de forma sistemática e planejada. A literatura científica é ampla no estudo dos efeitos do treinamento aeróbico aquático, tendo investigado diferentes modalidades. Nas últimas décadas têm ganhado relevância os estudos que avaliam treinamentos aquáticos de caráter de força e sua melhora no sistema neuromuscular. Contudo estes trabalhos apresentam metodologias de prescrição muito diferentes, dificultando sua comparação. Assim, o objetivo desta revisão é elucidar aspectos metodológicos para prescrição de exercícios de força no meio aquático. Este artigo tem caráter narrativo e para a localização e aquisição dos estudos foram consultadas as bases de dados eletrônicas SCOPUS, PUBMED, SCIELO e MEDLINE, realizando-se buscas de artigos publicados entre os anos 1980 e 2016, com os seguintes descritores: hidroginástica, treinamento de força aquático e corrida em piscina funda. Os resultados demonstraram que os primeiros estudos publicados mundialmente relacionados a este tema datam do final dos anos 90. Estes seguiam metodologias de treinamento que buscavam reproduzir o modelo aplicado no meio terrestre, ou seja, utilizando número de repetições e número de séries. Por outro lado, os estudos mais recentes têm proposto a utilização da velocidade máxima e o tempo de execução para se alcançar a rota metabólica adequada (sistemas fosfocreatina e glicolítico). Assim, os trabalhos demonstram que o treinamento de força no meio aquático têm proporcionado resultados satisfatórios em variáveis neuromusculares e morfológicas. Ainda, a prescrição de um treinamento de força neste meio, visando a rota metabólica adequada, utilizando o tempo de execução e a máxima velocidade, parece ser a forma mais eficiente de se alcançar objetivos relacionados ao treinamento de força.