O modernismo e suas abordagens em Moçambique e Angola

Abstract

A ditadura portuguesa condicionou a vida de Portugal durante grande parte do séc. XX, procurando regular todos os sectores da vida portuguesa à vontade do Estado, indo sua intervenção até a uma imposição do gosto e da estética dos seus cidadãos que se refletiram na arquitetura e no urbanismo. Os arquitetos portugueses, inicialmente conformados a uma política de encomenda do Estado Novo, vêm a ser influenciados com o advento do modernismo, com forte impacto junto às novas gerações de arquitetos que se formam na década de 1940. A nova visão preconizava que a arquitetura deveria aproximar-se dos anseios do cidadão, numa linguagem internacional que conduziria à própria reorganização da cidade. Essa visão é fortemente influenciada pela produção arquitetónica brasileira, que se revelaria essencial, pois do ponto de vista climático era muito semelhante ao continente africano, existindo diversas soluções e técnicas já experimentadas e saberes sedimentados que poderiam ser transpostos para aquele contexto. Até a independência, as colónias portuguesas experimentam um conjunto de intervenções arquitetónicas e urbanísticas influenciadas pelo modernismo brasileiro. Com a independência, a generalidade dos arquitetos regressa a Portugal, introduzindo novas contribuições estilísticas na paisagem urbana portuguesa, mas alguns partem (também) para o Brasil, estabelecendo sua atividade naquele país.

Proposal of Methodology for Evaluation of a Vertical Shanty Building in Beira, Mozambique

“…From the European point of view, Mozambique was discovered by Vasco da Gama in 1492 and later claimed by the Portuguese as a colony until 1975 [6]. The port city and the capital Maputo were created on Mozambique's southern tip, now with more than 1 million inhabitants.…”

Proposal for a Methodology for Sustainable Rehabilitation Strategies of the Existing Building Stock—The Ponte Gêa Neighborhood

“…The railway station, the "Casa dos Bicos," the Palace of Weddings, the Scala buildings, Cathedral of Beira, University Center for Culture and Arts in the Ponta Gêa neighborhood, and the "Grande Hotel," among many others, are examples of the modernist architecture of this city. It is precisely for the wealth of this heritage and the need to preserve it that this work aims to draw attention [17].…”

“…Modernist architecture was symbiotically integrated into the landscape, denoting adaptability to climatic specificities (Figure 2), as demonstrated by various solutions with the property that, when transposed outside the "claustrophobic Portuguese rectangle" into a less restrictive society and more distant from the center of administrative and political power, what these architects had in common was this possibility of designing with a modern vocabulary through appropriation and incorporation in their work [17,18]. Architecture is usually discussed in terms of what buildings look like from the outside [19].…”

Uma Modernidade Alternativa?

“…A literatura atual sobre o período modernista em Portugal e em suas colônias procura desvendar esse aparente paradoxo entre a prática de diferentes gerações de arquitetos portugueses e os ideais aos quais diziam se afiliar. Tostões (1997Tostões ( , 1999Tostões ( , 2006Tostões ( e 2015, Morais (2001), Fernandes (2002, Melo (2013), Mendes (2012) Sampaio é celebrado como parte de um grupo de jovens arquitetos criadores da "utopia moderna em África" e que teria ido apoiar "novas nações independentes em nome do progresso humano e da justiça" (TOSTÕES, 2015, 5). Contundo, a manutenção do zoneamento racial no plano modernista de Porto Amália, atual Pemba, elaborado por Sampaio é visto como um fator de menor importância na totalidade de sua obra em Moçambique.…”

“…8 VerTostões (1995Tostões ( , 2002Tostões ( , 2006Tostões ( e 2013,Morais (2001),Melo (2013),Mendes (2012) eFernandes (2002). a obra parece dissonar da narrativa lusitana imperial presente no edifício vizinho.…”