Subjetividades públicas juvenis: a construção do comum e os impasses de sua realização

Abstract

Neste artigo, toma-se a noção de subjetividade pública como conceito que permite mediar a análise dos processos de construção de si e do "fazer sociedade". Em um primeiro momento, faz-se um percurso analítico que discute a emergência do sujeito público resultado dos processos de ordenação e racionalização, tanto da sociedade como dos modos de produção subjetiva que excluíram determinados sujeitos da construção do comum. Em seguida, por meio da análise de pesquisas empíricas com jovens sobre sua participação política e social, discutem-se os deslocamentos a este modelo de subjetividade pública, quando outros elementos subjetivos e societários vão compor o cenário da realização do comum e seus impasses. A importância destas transformações para a reinvenção da democracia é ressaltada.

Experiências de escolarização de jovens de camadas populares que ingressam no ensino superior

“…A interrupção nos estudos após o ensino médio também é impactada pelo contexto social no qual o estudante vive, com influência do seu grupo de referência, sinalizando que as camadas populares encerrariam a trajetória de estudos no ensino médio. Soma-se que, como destacado no relato a seguir, as vivências de jovens acontecem em ambientes múltiplos e variados, por meio de uma intrincada rede de relações entre os grupos de pares, a escola, as mídias e a família, além das influências políticas e culturais mais amplas (ALVES;DAYRELL, 2015;DAYRELL, 2007;DE CASTRO, 2016): "Meu primo parou de estudar e começou a trabalhar e eu fiz o mesmo também" (D. 10).…”